segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Decisões e opções

Nos treinamentos tentava não transparecer o fato de que iríamos nos separar novamente. A maior preocupação era tentar passar o máximo possível de informações a respeito da filosofia do nosso karate-do, de que era necessário uma força de vontade interna, que isso precisava brotar de dentro da alma. O Horácio havia conquistado além dos títulos em diversos campeonatos, o fato de se formar Shodan-ho em apenas três anos, aos treze anos. Ele não podia perder tudo isso ao retornar ao Brasil.
Claro que isso tudo não era ensinado a ele de forma teórica, era sim com muito treino e esforço. Talvez ele mesmo não entendesse o propósito de tudo aquilo, mas era de suma importância que o espírito do Budo, o espírito guerreiro fosse gravado em seu dna.

Seguíamos em nossos treinamentos em todos os Dojos e a notícia que ele iria retornar ao Brasil, causou tristeza nos Senseis e também nos alunos e pais, que com certeza haviam se transformados em amigos. Claro que, também sentiam-se felizes porque sabiam que o Horácio (Hora-kun como o chamavam) iria retornar a sua terra natal e levaria vários ensinamentos adquiridos ali.

Queria também retornar ao Brasil, agora ainda mais com minha família prestes a partir. Mas sabia também que precisava de mais conhecimento para que pudesse honrar o nome do meu Sensei e poder abrir um Dojo no Brasil, a opção era ficar e treinar mais.

A data da separação estava próxima, mas era preciso ser forte, era preciso acima de tudo ser um karate-ka.....

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