quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quem é você?

Depois de colocar o sono em dia, tudo parecia ter voltado ao normal. Só parecia, porque não era mais o "normal" que eu havia me acostumado. Perto da minha casa, não havia mais uma loja de video games, nem as lojas de conveniência de grandes redes como "Circle K" ou "Seven Eleven".

Estava eu aqui de novo, desta vez num lugar familiar, mas que agora soava como estranho. Com excessão dos meus pais e das minhas duas irmãs, todas as pessoas do meu convívio diário ficaram para trás.

Os amigos, os lugares e as atividades, nada mais daquilo estava do meu lado. Era estranho encontrar com parentes, pessoas que eu não via há tempos e sinceramente talvez mais até do que quando cheguei no Japão, me senti como um estranho no ninho.

Claro, família é família e exatamente por isso sei que nenhum deles tem culpa pelo fato de eu ter me sentido de tal forma, a culpa, se é que dá para chamar assim, era da vida, dos acontecimentos, das memórias e das experiências que eu vivi naquele tempo em que estive longe.

Até aquela sensação passar demorou, assim como demorou para eu entendê-la também. Entender que, não eram as pessoas, o clima ou a casa no Brasil que haviam mudado e sim eu. Eu não voltei a mesma pessoa.

É óbvio. Porque toda criança, todo adolescente muda até a fase adulta. Mas não é disso que estou falando, estou falando de conceitos que moldam os pliares essenciais da vida, a raíz, o núcleo, a base.

Penso eu que, a formação da base de um indivíduo é o que o define como pessoa pela vida inteira. Todos mudamos, melhoramos ou pioramos no decorrer da vida, mas ninguém muda completamente lá na sua raíz. E a minha raíz foi moldada no Japão. Dali em diante então, talvez eu realmente estivesse no lugar certo ao ser chamado de japonês.

Mas mais uma vez, a vida exige uma adptação daquele que mais uma vez encontra-se como um estranho no ninho.

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