Desde a minha volta, tinha competido apenas uma vez em solo nacional. Em tal experiência fui bem, ganhando medalha e tudo mais. Mas acredito que aquela experiência não conta muito como "dia de campeonato no Brasil". Isso porque naquele dia, eu fui acompanhado dos meus pais e logo após ter cumprido com o meu dever ao competir, fui embora e nem vi a competição msmo, o evento todo em si.
Se você é atleta de Karate, se você já foi atleta de Karate, você sabe do que estou falando quando digo "o evento todo em si". Passar o dia todo num ginásio, quando a competição é relativamente bem organizada para os padrões brasileiros, já não é lá um dos programas mais agradáveis para levar a família toda(deveria, mas não é).
Pois bem, até aquele momento na van, eu não conhecia essa realidade.
Talvez eu me lembre daquele campeonato como um dos mais terríveis em que já estive. Não sei se é por conta do choque ou se de fato foi tão ruim assim. O ginásio, bem, não era um ginásio. Era algo como um centro de convenções ou coisa assim, com uma espécie de piso frio, totalmente adequado para competições esportivas(ironia). Olhava ao redor daquel ginásio e não sabia muito o que pensar a respeito. Passamos um tremendo frio dormindo no chão do "alojamento" ou melhor, passamos a noite, porque o pessoal não colaborava muito e era uma zona que só.
Pouco a pouco na competição, conhecíamos as pessoas dali daquele meio. Mesmo passado tanto tempo, algumas dessas pessoas continuam na ativa e treinando o bom e velho Karate-Do como nós, tenho orgulho de conhecê-las, outras porém já não estão trilhando o mesmo caminho. São escolhas da vida, onde sempre há a opção de ficar ou partir. Eu sinto orgulho por todo dia ser aquele que fica, assim como tenho orgulhod o meu irmão e também dests amigos que até hoje continuam dizendo sim para o Karate-Do.
Uma lembrança que beira o bizzaro neste campeonato, foi ver um sujeito fazer o Kata na categoria do meu irmão logo apoós terminar sua apresentação, se ajoelhar em seiza e esperar a nota, enquanto os juízes levantavam seus caderninhos com as notas anotadas, mas todos sentados em cadeiras normais e o sujeito ali, ajoelhado, como se aquilo fosse um sinal de respeito a mais que lhe fosse dar algum ponto extra.
Quando vi aquilo pensei comigo: Mas o que diabos é isso? Será que é assim que as coisas funcionam aqui? Nunca vi isso no Japão! No Japão! A Terra do Karate!
Para o meu alívio, não, não eram. Se tratava apenas de uma melância no pescoço.
A missão foi cumprida, mas tudo era muito diferente e por hora, eu e o meu irmão eramos só dois forasteiros naquele meio. Tão forasteiro talvez que alguém decidiu roubar a minha mala! Com Karate-Gi e faixa preta dada pelo meu sensei no Japão(alguém viu por aí? Ainda está em tempo de devolver).
Dizem que a primeira impressão é a que fica. Mas nesse caso, o tempo levou ela embora junto com um bocado de coisas e o que fica na verdade, são aqueles que sempre estão dizendo sim ao Karate.
Se hoje escrevemos essa história, é porque o sim, sempre foi a nossa resposta.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Realidades e Guerreiros que dizem sim
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário