Aeroporto de Nagoya. Meio apreensivos, estávamos ali eu, minha mãe e minhas duas irmãs. Olhando para os lados após pegar a bagagem na esteira (outra apreensão que me mata até hoje, odeio essas esteiras). Buscando por rostos conhecidos num lugar totalmente desconhecido. Enfim, aquilo era o Japão.
Entre uma olhada e outra para o lado, eis que avistamos meu pai. Juntamente com um funcionário da empreiteira ele tinha se locomovido de Shizuoka para Nagoya, para nos buscar com uma van.
A primeira impressão do país, na verdade acaba ficando para segundo plano. Pois ali, o melhor de tudo para todos nós, foi o reencontro. Matar a saudade sem dúvida foi muito mais importante.
Chegando no “Apato”(Apartamento) onde meu pai morava e que agora nós também, lembro de ter comido um Cup Noodles sensacional. Se naquela época não existia aquilo no Brasil, hoje você pode até encontrar, mas só nos mercados do Bairro da Liberdade(Bairro Japonês) em São Paulo. Mercados da Liberdade, que hoje em dia para mim, tem em suas prateleiras sinônimos de saudade.
O meu irmão mais velho de quem tanto sentiamos falta, também foi para Shizuoka, morar em Hamamatsu conosco. E de alguma forma, mesmo sendo ainda apenas um menino, eu me senti completo novamente mesmo que não soubesse muito bem com aquela idade, a importância de tal coisa.
Nos primeiros dias, tudo era novidade e literalmente parecia que estávamos num outro mundo. Apesar de sermos descendentes de japoneses, desde sempre fomos criados (nascidos) no Brasil. A diferença cultural, mesmo para nós que mantínhamos alguns costumes em nossa família, era grande e tudo tinha uma atratividade imensa, ainda mais para mim que era uma criança.
Dormir no chão, o quarto com piso de tatame, tirar os sapatos para entrar dentro da sua própria casa, as ruas limpas, sem contar os atrativos para diversão, a segurança, a estabilidade geral daquele lugar, era tudo muito fácil de ser absorvido, pois era demais.
Porém após menos de uma semana o que era lindo e maravilhoso, se mostrou um tanto quanto difícil. Era hora de encarar a escola. No Japão, por lei. Nenhuma criança pode ficar sem estudar sendo assim, eu, com meus poucos dias de Japão e com um domínio da língua japonesa na mesma proporção, em um sábado chuvoso acordava com uma ansiedade monstruosa no peito. Ali sim, começava o meu desafio...
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Um Novo Mundo de Velhas Pessoas
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