quinta-feira, 31 de março de 2011

Just Do It

Não sei ao certo se dá para chamar de silêncio. Sábados, domingos, terças, Dojo, parque, qualquer dia, qualquer lugar que fosse não havia espaço para palavras. Só se dizia o necessário. Se haviam brincadeiras, eram sempre antes ou após o treino.
Não era exatamente um silêncio, mas não haviam palavras. Tudo que tinha ali, eram aqueles sons de pés se deslocando pelo piso de madeira, tocando o chão de terra na corrida do parque, aquele barulho único dos Karate-Gis de lona raspando, as únicas vozes eram dos comandos dos senseis e os nossos kiais. Eram sons do verdadeiro Karate-Do.
Os sons das nossas vozes nunca foram necessários. Nunca nenhuma conversa que não fizesse sentido foi bem vinda em qualquer local que fosse no nosso treinamento. No parque, nas corridas, sempre lembro do som do meu cansaço, da minha respiração ofegante tentando acompanhar as passadas mais largas do meu irmão.

Às vezes as pessoas entedem que não se fala porque não há espaço para isso. Mas se você compreender cada som do seu mundo, neste caso o meu mundo, percebe que falar não é necessário.
Seguindo com a mesma lembrança do post do meu irmão, todos estão fazendo mais e falando menos, inclusive os senseis que neste caso utilizam as vozes à favor dos comandos e instruções do meu mundo.
Então eu me pergunto: Do que vale sua palavra se falar é só o que você faz?
A minha palavra vale o que eu faço, o que nós fazemos. 
No parque, correndo com aquele moleton da nike clássico de capuz, anos atrás eu via o meu irmão treinando. Sem palavras.
Fazer, é a única necessidade. Como diz a nike, daquele velho moleton,
Just Do It.

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