Em um ano onde pude participar de um mundial pela primeira vez, com certeza, é um ano para ficar na memória.
Voltar também ao Campeonato Estadual de Shizuoka e tentar novamente a superação, a busca pelo melhoramento, a sensação era muito boa estar ali de novo.
Quando se resolve trilhar o caminho do Budo, é necessário um comprometimento muito grande, pois a vida nos ensina que quanto maior forem as suas aspirações, maiores serão os testes a passar. Em 1993 eu trilhava o caminho do Budo, ainda era "apenas" Shodan e tinha total consciência de que tinha muito ainda a aprender, pois queria um dia ser Campeão, dentro das competições, mas acima de tudo, meu grande ídolo sempre fora o meu Mestre, Konomoto Takashi. Treinar duro, aprender, entender e por em prática o conhecimento, pois nas palavras do meu Mestre, só assim o conhecimento poderá um dia se transformar em Sabedoria. E era isso que eu buscava, um dia queria ter aquela sabedoria, ter aquela vivência, um dia sonhava em ser um Mestre. Sabia também da minha responsabilidade, afinal, além dos alunos mais novos do Dojo, havia também o meu irmão caçula, que me acompanhava em tudo que fazia e tinha que mostrar a ele, que o Budo tinha que ser comprovado na prática. Sei que em muitas vezes ele talvez não entendia o por que dos sacrifícios, o por que da rigidez, mas eu via nele uma grande força interna, então aquilo tinha que ser lapidado.
Superação no meu ponto de vista, é uma ação acima da média, acima do normal. Seria aquilo que as pessos normais, a grande maioria, não faria. Vejo que quem pratica qualquer arte marcial japonesa e segue os conceitos do "Budo" deve entender que a busca é exatamente por este ser. Desistir quando algum obstáculo aparece, descansar quando se está cansado, reclamar daquilo que não está de acordo, fazer tudo que lhe é conveniente, estes são atos de pessoas comuns. Para melhorar e progredir dentro do Budo, deve-ser sempre buscar esta superação, sempre, buscar ser alguém melhor, alguém maior.
Neste sentido a figura do meu Mestre era algo altamente motivadora. Então não me sobravam desculpas (por mais convenientes que podiam parecer para mim), nem as 16 horas de trabalho na fábrica, nem o cansaço, nem a falta de tempo, nem o frio congelante (inverno), nem o calor escaldante (verão), nem as dores musculares, nem as bolhas, enfim, o que importava mesmo era o úncio motivo que me fazia querer treinar. Ser um dia igual ao meu Mestre.....
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