Seguindo por aqueles dias, muitas vezes me sentia cansado ou me sentia no direito de estar cansado. Meu irmão tinha aquela jornada de trabalho absurda, trabalhando de noite, dormindo algumas horas de dia e treinando no tempo que lhe restava, mas mesmo assim ele nunca se dava o direito de não fazer o que tinha de fazer pelo crescimento do seu Karate, que nesse caso é uma coisa só: Treinar.
Vez ou outra eu tinha vontade de estar fazendo outras coisas, mas sempre de alguma forma fui levado pelo meu irmão para o lado do treino. Na maioria das vezes em que isso acontecia, eu não entendia bem como tinha parado ali, já que horas antes não estava com a mínima vontade de treinar. Uma vez estando ali treinando, aquela vontade(ou falta dessa) parecia algo que já tinha ficado para trás como se aquilo tivesse me ocorrido há um longo tempo atrás e tudo ficava bem, eu me sentia bem.
Durante muito tempo da minha infância/adolescência, eu vivenciei dias assim. Conflitando entre o meu direito de não fazer e o fazer, que de fato me trouxe, que leva adiante. Com um bom exemplo que tive, com um guia que tive naquela época eu pude aprender um bocado sobre "quem você quer ser". O verdadeiro ganho, nunca vem até você apenas na hora que lhe convém. Às vezes(na maioria das, para não dizer TODAS) é necessário ir muito além do que convém. A conveniência sempre equivale às justificativas para quem você é hoje que nunca servem para quem você pretende ser amanhã. Então se a justificativa existe porque é conveniente, ela nunca fará o menor sentindo para o dia de amanhã.
Seguindo por esses dias aqui, é a velha história de sempre. Todos possuem mil motivos para não fazer, mas o que interessa para o Karate-Do, são apenas os poucos, que tem apenas um motivo para fazer.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
O direito conveniente
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