quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Discípulos

De Karate-Gi novo, como se ali fosse começar uma nova parte da jornada(de fato era uma nova parte). Ter aquele Karateg-Gi era uma aprovação e dentro do Budo, quando isso acontece, apenas significa que a partir daquele instante, a responsabilidade aumenta. Isso é bom,  pois quer dizer que é uma nova etapa vista com bons olhos pelo sensei, que é uma nova etapa onde o bem mais valioso conquistado se chama confiança. Não a sua confiança, mas a daqueles que te guiam.

A essa altura, o meu irmão não era mais um aluno, era um discípulo. Não, aluno e discípulo não são a mesma coisa. Todos são alunos, poucos são discípulos.  Para ser aluno, basta estar matriculado em algum Dojo e frequentar as aulas. Mas para ser discípulo, é necessário querer ser o que você vê ali, é necessário querer viver as coisas que você aprende ali, no Dojo? Não em todos os cantos da vida. Sucessão da técnica, sim, mas uma sucessão de ideais.

Então, apesar da pouca idade do meu irmão que ainda era jovem, eu via nele um discípulo de Sagara. Pouco a pouco, com meus passos dados no meu poprio caminho que na maioria das vezes era "o mesmo" do meu irmão, eu me tornava cada vez mais disípulo e cada vez menos aluno dele.

Claro que alunos tem o seu papel dentro do Dojo, mas o discípulo tem o seu papel diretamente ligado ao futuro do Dojo (os ideais de um Dojo, o futuro destes ideais, pois se não se trata-se disso, chamaria-se KarateJo e não Dojo) e consequentemente do Karate-Do que aquele ensina.
Nunca nada é mais fácil para niguém, muito menos para quem se coloca na condição de discípulo(sim porque cada um escolhe o que quer), então uma aprovação vinda de cima, sempre vai ser o maior motivo de orgulho, certeza e alegria para aquele se colocou ali como discípulo. Não é uma alegria sentida no ego, mas nos punhos e nos pés que fazem a coisa certa.

Para mim era só o começo, mas para o meu irmão era afirmação. Um começava sua jornada o outro, firmava os passos na estrada.

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