segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um nome, um ideal, honra e história

No Japão, o nome da família tem um valor incalculável. O nome da família conta com um registro em sua Prefeitura de origem, onde consta a árvore genealógica com todos os antepassados. Por isso é ensinado que nunca se deve envergonhar e desonrar o nome da família, uma herança da época dos samurais e motivo real de valor. Por isso em nossos karate-gis estão bordados os kanjis de nossa família e não de nosso nome próprio.

No Honbu Dojo de Shizuoka, lá estavam nossos sobrenomes em plaquetas na parede. Isto significava que estávamos ali para termos responsabilidade e para honrar o Dojo e nossa família. Agora a família Saito tinha dois representantes que deveriam honrar com dignidade o Dojo e também a família.

Ser um faixa preta significa ter a responsabilidade e cumprimento do caminho acima de qualquer ambição pessoal. E ali estávamos agora, trilhando o nosso caminho, buscando o cumprimento de um ideal.
Treinar com afinco, buscar a superação dos próprios limites, ter em mente que agora não se trata apenas de si mesmo, mas de todo um legado.

Honrar nosso Mestre, honrar nosso Dojo, honrar o nome de nossa família e buscar com isso um lugar no história do Karate-do Goju-ryu.

O ano era de 1995 e se queríamos algo era preciso trabalhar duro, trabalhar muito.

Saito Brothers, Karate-do Goju-ryu, família e honra.....

1 comentários:

Douglas Deiró disse...

Olá, Sensei!
Tudo bem?
Como um brasileiro, enraizado na cultura tupiniquim, eu leio sobre como o povo japonês valoriza a honra, legado, respeito mútuo e não tenho como ignorar o fato que isto precisa ser trabalhado no Brasil.
Somos um povo rico, mas muito do comportamento tido como comum/normal aqui - como o de levar vantagem - é de uma pequenês absurda e que, na verdade, não é vantagem alguma porque alguém está sendo lesado.
Outro fato que "nós" parecemos não lembrar é que não estamos sós... pertencemos a algum lugar e, nosso "sistema primário" é, justamente nossa família e toda a carga genética/cultural existente.
Se fizermos algo, isto não nos afetará somente, respingará em todos a nossa volta. Temos responsabilidades como ser humano e isto envolve também o respeito pelos nossos antepassados e ao legado que deixaremos para as novas gerações.
Não acredito em regressão, mas não me surpreenderia se algum desses caras (os que aplicam a técnica) me dissessem que vivi, em alguma vida passada, no Japão. Sempre gostei e me indentifiquei com a sabedoria e cultura desse grandioso povo.
Até mais!
Oss!