A questão do tempo sempre esteve presente no nosso caminho. Meu irmão e as horas extras na fábrica, eu e os estudos no Japão, as partidas de video game nas nosas horas de lazer e o tempo, que passávamos treinando Karate de alguma forma.
Por algumas vezes, essas horas se encontravam e eu garanto que meu irmão passou diversas vezes pelo tempo trabalhando na fábrica, pensando no Karate, nas horas em que estava sozinho.
Costumo dizer que gosto de andar de metrô. Gosto porque me lembra dessa época em que todo o tempo que passávamos juntos, inclusive dentro dos trens, era um tempo que era invadido pelos desejos que tinhamos diante do Karate-Do.
Gosto de andar de metrô. Porque nessas horas eu me sinto sozinho. Sozinho o suficiente para conectar este meu tempo tempo gasto de um lugar para o outro, com o tempo que eu tenho para aprender sobre mim. Aprender, pensar, refletir e concluir muitas coisas à respeito do meu Karate.
Não existe tempo gasto em vão, nem tempo mal aproveitado quando falamos sobre experiência. Pois experiência em si não quer dizer acúmulo de tempo e sim, acúmulo de tempo muito bem aproveitado. A experiência está diretamente ligada à intensidade. E esta por sua vez, representa totalmente o que é o Karate-Do.
O tempo muda de acordo com a intensidade das coisas, hora passa mais rápido, hora mais devagar.
Lembro de ter lutado com o meu irmão, num treino no quintal de casa naquela época em que ele estava passeando por aqui. E naquele momento por exemplo, onde a situação era difícil, o tempo se prolongava de uma forma que chegava a dar raiva. Quando o ar é pouco ou pesado, quando alguém te faz sentir o ar pesado, o tempo custa a passar.
Porém voltando de metrô esses dias, na semana em que completo dezessete anos desde que me formei faixa preta, entre tantos pensamentos sobre o que preciso fazer para melhorar, paro e penso que passado esse tempo todo, eu continuo pensando no que fazer. Estou no caminho certo.
Dezessete anos que na verdade são um conjunto de momentos onde o ar ficou pesado. Sentando aqui, escrevendo sobre o passado, sei que vivemos na nossa dimensão. Continuamos querendo mais e enquanto esse sentimento estiver presente, nós seremos donos do tempo mesmo que este voe tão depressa.
quinta-feira, 22 de março de 2012
A nossa dimensão
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