segunda-feira, 5 de março de 2012

Traçando o caminho de volta

Um novo ano inicia-se e com ele os planos de retornar à minha terra Natal. O ano de 1995 havia terminado de forma esplêndida e eu havia conseguido conquistar o título do Estadual Goju-kai da Província de Shizuoka.
Por telefone ou por carta, ficava sabendo das notícias do Brasil e também de como estava minha família. O Horácio estava treinando no Dojo do meu primeiro Sensei, Wagner Piconez e apesar de ser um Dojo do estilo Shotokan-ryu, ele estava se saindo muito bem com a adaptação dos treinamentos.

Se tudo desse certo, iria até o Brasil no mês de abril ou maio para ver a situação que se encontrava o país e analisar quais as opções viáveis de negócios para um retorno sustentável.

Mas isso ainda levaria alguns meses, e até lá a palavra diária era treino, muito treino. Para o retorno ao Brasil, eu almejava possuir conhecimento suficiente para poder prestar o exame para San Dan, o que não seria fácil.

Um fato engraçado que acontecia no treino, era que o Nagatani Sensei sempre me perguntava coisas sobre o Brasil e se era possível viver dando aulas de Karate. Eu sempre dizia à ele, que sim, era possível, que eu conhecia muitos Senseis no Brasil que viviam de suas aulas. Ele ficava impressionado com isso, já que no nosso Dojo por exemplo, era mais um trabalho filantrópico, já que os valores arrecadados com a contribuição dos alunos, cobria apenas as despesas do Dojo. Nenhum Sensei ali recebia para dar aulas. Ele então soltava uma risada e dizia que bom que eu poderia viver então de Karate no Brasil.

Mas isso também era um plano, era preciso ainda batalhar muita coisa para que isso pudesse se tornar um dia realidade.

O bom era que um Saito já estava fazendo nome no Brasil......

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