Ganhava finalmente altura e perdia peso, ou melhor, não perdia peso e só crescia mesmo. Dos doze ao início dos meus quatorze anos, posso dizer que fui gordinho e baixinho. Tudo que alguém pode desejar(ao contrário) nesta fase da vida. Mas os dias de pouca estatura e peso a mais, ficava para trás naquele ano em que finalmente chegava o meu estirão.
A falta de altura já me causava muitos problemas desde o último ano em que morei no Japão. Já estava difícil competir com a diferença de altura.
Da mesma forma também que era dureza perder tais competições e ainda ter que "aturar" o meu irmão nos treinos de portas fechadas. Eu queria ser maior que aquele pouco mais que um metro e meio.
Porém agora as coisas estavam mudando. Naquele ano ganhei uns centímetros a mais que de certa forma me moldavam, talvez a vida e o tempo me preparava para a volta do meu irmão.
Nesta época, influenciado pelos novos moldes em que o meu corpo se ajeitava, eu peguei gosto pelos exercícios abdominais, talvz até por um certo trauma de nunca mais querer ser o gordinho de novo.
Fazia então meus treinos de Karate e tomava gosto pelo que se pode fazer de bônus quando ninguém estava me cobrando. Talvez esta tenha sido a minha primeira experiência de fato com o fator "treinar sozinho", por conta própria, por gosto próprio e pelas próprias metas.
Porém com toda a ingenuidade do mundo eu cometia um erro grave que mais tarde colocaria todo este prazer que eu sentia naquele momento no chão.
Eu achava que era o bastante, me satisfazia crendo que era o bastante e é aí que eu me enganava.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O Bastante
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