Em agosto tinha participado do Campeonato Nacional da Goju-kai em Tokyo, mas infelizmente esta era minha última participação e não consegui trazer para casa uma medalha. Voltei um pouco frustrado confesso, mas torneios no Japão são assim mesmo, o nível além de ser alto e competitivo, é também volumoso. Uma chave de uma categoria ter mais de 50 participantes é comum e conquistar uma medalha é realmente um fato difícil.
Mas por outro lado, tinha prestado o exame para o 3 Dan e havia passado, o que me deixou feliz. Meu Sensei já havia me entregue também uma carta de recomendação para o Mestre Watanabe para quando eu chegasse ao Brasil. Nela, dizia que eu estava autorizado também a utilizar o nome da Associação Shizuoka Goju-kan no Brasil, fato de muito orgulho, mas também de muita responsabilidade.
Arrumava as malas, nelas, além da bagunça, muitas lembranças de todo aquele tempo em que passei no Japão. Com certeza não há preço que pague a vivência e a experiência de ter convivido com grandes Senseis nos Dojos de Hamakita, Hamamatsu e claro, do Honbu Dojo de Shizuoka em Sagara. Com cada Sensei aprendi uma coisa diferente e marcante, mas uma coisa era muito clara. Todos eles ensinam Budo pelo exemplo, pela conduta correta, pela honra e dignidade empregada em seus dias de vida, pelos atos moldados e forjados por ensinamentos da Arte Marcial Japonesa.
Passagem comprada, estava ansioso para voltar à minha terra natal, reencontrar minha família, não apenas para visitar, mas agora para pensar em não mais se separar.
No Brasil iríamos iniciar um novo legado, levar o nome do nosso Mestre e sua técnica. No Brasil um Saito já estava fazendo o seu trabalho e já se destacando em algumas competições. O Horácio apesar de estar treinando no Dojo do Sensei Wagner que era Shotokan, estava mantendo as características do estilo nos seus treinamentos de kata.
Esperando o dia do embarque, esperando para os Saito Brothers estarem juntos novamente......
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