Voltar ao Japão, para falar a verdade, apenas o fato de estar longe da minha família é que realmente pesava. Voltar a um país que tem infra-estrutura, transporte público que funciona de verdade, povo educado, e que o seu trabalho é valorizado a ponto de não ter que ficar calculando se o dinheiro irá dar até o final do mês. Coisas de países de primeiro mundo e que infelizmente o Brasil está a anos luz disso tudo.
Retornar ao Dojo do meu Sensei e nos Dojos onde eu dava aulas foi muito bom, pois ali eu tinha conquistado uma das coisas mais importantes que um ser humano pode ter: a Confiança. Ali eu já não era um estrangeiro, um brasileiro, ali eu era um Karate-ka e todos me respeitavam por isso, era muito bom estar ali novamente.
Contei ao meu Sensei sobre os planos de voltar definitivamente ao Brasil e se ele me permitiria utilizar o nome da Associação Shizuoka Goju-kan. Prontamente ele disse que sim e que escreveria uma carta de recomendação ao representante do estilo Goju-ryu no Brasil, Hanshi Ryuzo Watanabe. Hanshi Ryuzo Watanabe era amigo pessoal do meu avô, pois ambos eram da Província de Fukushima e no Brasil participavam da mesma Associação. Meu Sensei disse que quando ele e o Hanshi Watanabe se encontravam, eles conversavam, mas que era bem difícil o entendimento, disse ele rindo. É que o japonês falado em Fukushima tem um tom carregado e com vários verbetes próprios da Província, quase se tornando um dialeto.
O Sensei disse também que eu faria o exame para San Dan em Agosto, um mês antes de eu retornar ao Brasil.
Mais do que nunca, agora eu estava contando os dias......
0 comentários:
Postar um comentário