Quando me lembro dos tempos em que vivi no Japão, tenho muitas saudades. Apesar da rotina diária de trabalho ser de 16 horas e geralmente com serviço braçal pesado, a vida de forma geral no Japão foi muito boa. Os obstáculo eram muitos, independentemente de sua condição física, ser homem ou mulher, criança, jovem ou com mais idade. Desde a língua e costumes, até mesmo em regras e leis. Se repararem, até o mapa mundi ensinado na escola é invertido, se compararmos com o que conhecemos no ocidente. Mas, ao ver meu irmão caçula com apenas 10 anos enfrentando todas aquelas difculdades, percebi que se você quiser, tudo pode fazer parte de um único universo. Sem etinias, crenças religiosas, crenças sociais, ou tudo que mentalmente lhe difere. Via meu irmão em casa quando ele chegava da escola e eu acordava para mais um turno noturno na fábrica, ele ali jogando videogame com seus amigos da escola. Como ele conseguia entender e compreender tão rápido aquela língua, até então estranha, e se adaptar com tamanha facilidade aos costumes japoneses? Simples, porque ele conseguia ter a visão correta das coisas: Que tudo faz parte de uma coisa só.
Entendendo este conceito, tudo e em qualquer lugar, passa a ter mais sentido e consequentemente a adaptação fica mais simples. Notem bem, simples, não mais fácil. Porque é fácil e bem mais cômodo criticar algo que não conhecemos a fundo, do que procurarmos o verdadeiro entendimento. É muito mais fácil em um dia de neve, você ver todas aquelas crianças indo para escola, os meninos de shorts e as meninas de saia, criticar os costumes japoneses de não permitir que aquelas crinças se agasalhem mais nas pernas para combater o frio. É muito mais fácil criticar a rigidez imposta, do que simplesmente procurar entender e obedecer as regras. O fato é que se nos colocarmos dentro deste universo e não fora como geralmente é feito, ficaria muito mais simples a assimilação e aceitação destes novos conceitos e consequentemente nos traria uma evolução tanto mental como intelectual.
Posso dizer que aprendi muito no Japão no tempo em que vivi lá e que tais conhecimentos me são muito úteis para poder encarar a nova fase que era a readaptação dos costumes aqui no Brasil, mas aí, já faz parte de uma outra história ......
2 comentários:
Saudações Sensei!
Tudo bem?
Concordo plenamente com seu post... linha por linha.
Adaptações, pura e simplesmente, já exigirão meleabilidade para a adequação ao novo ambiente, diferente do nosso habtual. Se não estivermos abertos para sorver todo o tipo de conhecimento que nos é passado, relutarmos e mantivermos nossa visão do mundo estreita, ficaremos estagnados e isso vai contra nossa evolução como ser humano.
As pessoas sempre buscam respostas para suas indagações, isto faz parte de nossa natureza. Porém, nem todas elas estão dispostas a buscá-las, preferem o comodisto do conceito previamente formado assim como o exemplo que citou das crianças do Japão irem à escola com as pernas "desprotegidas" do frio.
Criticar algo, uma cultura - seja ela qual for - sem saber o porquê daquilo é, no mínimo, estupidez... infelizmente, isto também faz parte da natureza do ser humano.
Mas, tem outra coisa que nos pertence ainda... Esperança. Quem sabe um dia, as pessoas, como um todo, aprendam a olhar mais, a criticar menos, a ouvir mais, a refletir melhor sobre seus atos e, principalmente, a respeitar mais uns aos outros?
Quem sabe se, estas passarem à praticar Karatê, não as ajude nestas questões? Rss!
Até mais.
Oss!
Obrigado sempre pelos comentários Douglas !!!!!
Abraços
Oss
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