quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Onde as coisas começam

O lugar era o mesmo, as pessoas também. Os mesmos golpes, as mesmas sequências, os mesmos passos. O clima lá fora, não era diferente daquele encontrado há alguns anos atrás, ali, naquele mesmo lugar.

O gosto da água no intervalo, era o mesmo de sempre.
Mas algo mudara naquele dia.

O Karate-Do, é arte, o caminho por onde aprendemos através de um mesmo soco, novas verdades todos os dias. Aquele dia, para mim representava exatamente isso.
Anos atrás, eu pisava ali como um novato. Um papel em branco sem rabisco, desenhos ou palavras, agora três anos mais tarde lá estava eu, cultivando no meu papel a verdade que eu adquiri ali dentro, lapidando através da técnica, as verdades que eu queria para mim. Naquele papel, agora havia a minha verdade, moldando-se a cada dia, agora crescendo como gallhos em um tronco sólido chamado Karate-Do.

O mesmo não é mais o mesmo, porém sempre segue na mesma jornada.

É engraçado dizer isso, mas ao colocar a faixa preta pela primeira vez, me senti gente grande. Por mais que soubesse que à partir daquele momento teria pela frente novos desafios (isso inclui a palavra DIFICULDADES), a sensação era de muito orgulho. Um orgulho de ter feito algo grando por mim mesmo e tabém um orgulho por ter feito naquele momento as pessoas que sempre acreditaram, que um dia eu faria a mim mesmo orgulhoso, orgulhosas também.

Lembro de no final do exame, ter tirado fotos ao lado do sensei Nagatani. Quando fui tirar uma foto solo, por sugestão do meu irmão, ele disse "faça uma pose bacana" e eu, fiz um kamae do Kata Seienchin para a foto.
Eu que que no dia anterior acabava de completar meus treze anos. Tudo estava exatamente ali, da melhor maneira, muito além do que eu podia imaginar há três anos atrás.

Geralmente, as pessoas dizem que tudo tem começo, meio e fim. Mas eu, prefiro pensar que estamos sempre começando. Aquele dia, aquela faixa, era só mais um novo começo.

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