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segunda-feira, 30 de abril de 2012
Nosso Caminho
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quinta-feira, 26 de abril de 2012
Irmão de sangue
Buscar o meu no aeroporto era algo que me causava euforia e alegria, porém ao mesmo tempo havia uma sensação estranha. No caminho do aeroporto, um misto de sensações. Entre aquela alegria pelo reencontro e a certa estranheza.
Num período curto de tempo talvez eu tenha mudado muito, ou pelo menos achava que tinha mudado muito e de certa forma eu não sabia muito bem se mesmo assim tudo continuava a mesma coisa.
É claro que hoje, eu sei que certas coisas e nesse caso, as mais importantes, nunca mudam. Nem com o tempo, nem com outras circunstâncias da vida. O sangue permanece sangue, o caminho permanece o mesmo caminho e estes dois fatores se cruzam, se confundem entre si ao longo dos anos, então além do sangue, o caminho nos faz irmãos.
Um silêncio pairava nos meus pensamentos. Em mais desses dias que definem o que é a nossa história. Vejo o meu irmão no portão de desembarque e era simples como é hoje, irmão de sangue, amigos de verdade.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Aguardando o retorno
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Todo presente, se faz presente
Generosidade e humildade são palavras que para mim,. definem grande parte do que significa a palavra Mestre, quando o assunto é Karate-Do.
Por trás de todo conhecimento, de anos de vivência percorrendo um longo caminho, sempre há uma base gigante que expressa tais qualidades.
O Konomoto sensei não era diferente. Ou melhor, ele é a definição da palavra Mestre. Em cada gesto, eu nunca vi um sinal que mostrasse qualquer falta de humildade. E acredito, que o caminho natural do Nagatani sensei seguia pelo mesmo destino.
Os presentes, vindos destes senseis, se contar com os pães de sua padaria, que o sensei Nagatani nos dava sempre após os treinos do sábado para que não gastássemos dinheiro com comida na volta para casa, eram presentes frequentes.
Os pães do sensei Nagatani, a luva da Mizuno que ganhei da Kondo-san, o dinheiro que recebi do sensei de Hamakita, a medalha que um dia foi do sensei Konomoto e que num dia, em uma lição sobre desapego, simplesmente me deu. Tudo isso, todos estes presentes continuam presente na minha vida.
Para mim, mais do que agrado, estes presentes significam confiança e esperança depositadas em nós naquela época. O engraçado disso tudo é que hoje, ao lembrar destas coisas e ao pegar em mãos alguns destes objetos, eu sinto o que eles depositaram nestes presentes. Confiança e esperança.
Existem presentes que só tem como função agradar. Nada de errado com isso, se este for o propósito. Mas existem outros presentes que acredito que poucas pessoas tem a honra de receber na vida, presentes que se fazem presentes, porque você honra, sua, chora e sorri para manter os valores daqueles objetos e memórias intactos.
O valor de cada presente, permanece aqui. Nós estamos presentes.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Presente Especial
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O Bastante
Ganhava finalmente altura e perdia peso, ou melhor, não perdia peso e só crescia mesmo. Dos doze ao início dos meus quatorze anos, posso dizer que fui gordinho e baixinho. Tudo que alguém pode desejar(ao contrário) nesta fase da vida. Mas os dias de pouca estatura e peso a mais, ficava para trás naquele ano em que finalmente chegava o meu estirão.
A falta de altura já me causava muitos problemas desde o último ano em que morei no Japão. Já estava difícil competir com a diferença de altura.
Da mesma forma também que era dureza perder tais competições e ainda ter que "aturar" o meu irmão nos treinos de portas fechadas. Eu queria ser maior que aquele pouco mais que um metro e meio.
Porém agora as coisas estavam mudando. Naquele ano ganhei uns centímetros a mais que de certa forma me moldavam, talvez a vida e o tempo me preparava para a volta do meu irmão.
Nesta época, influenciado pelos novos moldes em que o meu corpo se ajeitava, eu peguei gosto pelos exercícios abdominais, talvz até por um certo trauma de nunca mais querer ser o gordinho de novo.
Fazia então meus treinos de Karate e tomava gosto pelo que se pode fazer de bônus quando ninguém estava me cobrando. Talvez esta tenha sido a minha primeira experiência de fato com o fator "treinar sozinho", por conta própria, por gosto próprio e pelas próprias metas.
Porém com toda a ingenuidade do mundo eu cometia um erro grave que mais tarde colocaria todo este prazer que eu sentia naquele momento no chão.
Eu achava que era o bastante, me satisfazia crendo que era o bastante e é aí que eu me enganava.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Japan Karate-do Federation
quinta-feira, 5 de abril de 2012
A ordem das coisas
Era hora de consumir as próprias vontades. O início talvez, de algo que pode ser definido como "as primeiras verdades".
Muitas sementes são plantadas, muitas vezes sem que realmente se saiba sobre o que está sendo plantado e consequentemente, sobre todos os frutos que futuramente serão colhidos. Nem tudo se trata de controle na vida e exatamente por isso é o controle que sempre buscamos.
Eu nunca treinei Karate pensando em me tornar um mestre ou coisa assim. Não comecei a treinar porque queria alguma coisa em troca, esperando por frutos de sucesso ou coisa do tipo. Mas por mais que eu não soubesse, pensasse nisso naquela época em que comecei a treinar, Karate é uma semente, que em solo fértil se transforma em algo para a vida toda. Uns o cultivam a vida toda, outros desistem e os desistentes, eu apenas considero como solo infértil para o Karate.
Só o tempo diz o que é fértil e o que não é. É necessário seguir, insistir, aprender com o tempo. Num belo dia, você acorda e faz, sem ninguém mandar, sem ninguém cobrar e aí, você de repente pode notar que existe algo brotando daquela semente.
Nada é garantido se você não der suas garantias e dentro do Karate-Do, toda garantia só existe através de provas, que muito provavelmente sejam a água necessária todos os dias, para a "mágica" acontecer.
Então era hora de ver algo brotando daquela semente. Ver por si só. Esse era o caminho natural das coisas. Hoje regando a minha árvore com treino, eu lembro daquela época sem o meu irmão por perto e vejo que tudo estava no seu devido lugar.
Meu irmão estava longe, mas de alguma forma acho que estávamos muito perto e talvez poucos entendam até hoje a nossa relação e sinceramente eu não espero que todos entendam. O que era de sangue, era de sangue, mas mais do que sangue, nós tinhamos a mesma verdade.
Só a verdade interessa e só cresce de verdade, quem cresce da verdade.
Neste solo, eu planto, colho e continuo a plantar.