O nome que carrego nas minhas faixas. O nome de quem foi responsável por tantas conquistas já alcançadas por nós. Era o nome à ser honrado e de fato foi.
Era difícil conter as lágrimas, mesmo quando eu já estava sentando na arquibancada, só esperando o tempo passar para recebermos a medalha. Se lembrasse por um instante da nossa história, ou do nosso mestre, inevitavelmente acabava marejando os olhos.
Ali sentado, lembrei dos dias em que as lesões tentavam me enfraquecer. Dos dias que eu escondi a dor e dos dias que não consegui esconder. Aquelas manhãs, em que acordava às 5 horas para correr pelas ruas da cidade. Poucas pessoas entendem o verdadeiro significado dessas coisas que se faz pelos sonhos que nos alimentam. Mas ali, prestes à subir no pódio de um Campeonato Mundial, de nada importava a compreensão das pessoas, porque tudo, exatamente tudo que fizemos até ali, tinha valido à pena.
Não somos loucos, não somos ricos e o que fazemos não é hobby. Não é confortável sofrer com lesões, da mesma forma que não é agradável acordar tão cedo, cheio de lesões e sair para correr. Porém nós somos as nossas paixões e sonhos. E não há preço em tudo aquilo que você faz para continuar perto de tudo aquilo que você sonhou.
O tempo passa, o dinheiro é gasto, as pessoas vem e vão. Mas nós permanecemos ali, com o melhor de nossas forças, nos alimentando por uma paixão que nunca há de ter fim. Ser o melhor do mundo. Ver o mundo, enfrentar o mundo e levar o nome de quem nos criou para o mundo. O mundo.
Ali sentado, lembrei de momentos tão difíceis, que até as pessoas mais próximas chegaram a duvidar. Mas não existe culpa por parte dessas pessoas, elas só não conseguem ver o mundo do modo que nós vemos. É o nosso mundo. E a certeza de continuar, mesmo nas horas mais incertas da vida só existe, porque existe a convicção inabalável de que só nós somos capazes de ver o mundo desta forma. E aí mora a nossa força.
Acompanhados da nossa bandeira brasileira no pódio. A sensação que tive, era de que tudo estava exatamente onde devia estar. A vista dali era ótima. O terceiro lugar, não é o topo da nossa montanha, do nosso mundo, mas com certeza ali naquele momento, tive a melhor sensação experimentada até hoje. A sensação de estar no lugar certo. Na minha montanha.
Os irmãos Saito no palco dos sonhos. Sonhos que construimos e mantivemos ao longo desses ano. Mas isso, já é uma outra história...
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
O mundo
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