quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Melhores Amigos

Nunca vou me esquecer do Reveillon de 1992. Acho que aquele Natal e Ano Novo, simbólicamente encerraram um ciclo da minha infância.

Todos os anos, nós comemoravamos o final de ano com nossos parentes. Natal com a família do meu pai e  Ano Novo com a família da minha mãe. Aquele fim de ano porém foi diferente. Comemoramos em casa. Só nós quatro, celebramos a chegada do ano de 1992, com muita comida, nossos presentes e com aquela saudade de sempre do restante da família que estava no Japão.

Neste ano, meu primo Felipe veio morar conosco. Como já estava sendo planejado também a nossa ida para o Japão, a minha prima veio morar na nossa casa com o marido e seus 3 filhos( Felipe, Renato e André). Assim quando fossemos de fato, a casa não ficaria “abandonada”.
Felipe sempre foi um dos meus melhores amigos. O tempo em que vivemos sob o mesmo teto, não durou tanto assim, acho que foram uns quatro meses. Mas foi o bastante para nos divertirmos como nunca. Os filmes do Van Damme, agora sim já estavam na TV. E quando passava “O Grande Drgão Branco”, era simplesmente “o” acontecimento. Merecia no dia seguinte lutinhas no quintal e voadoras de cima do sofá.

O tal do eterno verão que eu já citei aqui, nessa época se fez valer por completo.
A esta altura do campeonato,  meu irmão já era faixa marrom de Karate Goju-Ryu. Eu lembro das fotos que ele mandava. Eu sentia um tremendo orgulho e dizia para todo mundo que meu irmão era faixa marrom de Karate. Uma vez,  quando fui buscar meu primo (de segundo grau) Felipe na escola, lembro que discuti com um garoto na rua e para finalizar aquilo tudo eu disse “meu irmão é faixa marrom de karate!!”. Foi o máximo dizer aquilo e é claro., a discussão acabou ali. Como era bom ser moleque, quem dera se hoje em dia os problemas mundanos se resolvessem assim.

A primeira parte da minha infância termina, quando eu soube que dentro de alguns dias o verão eterno não acabaria ali (ou aqui), mas que continuaria com os seus dias de sol infinito lá,  naquele continente longínquo, naquele país que dizem ser a Terra do Sol Nascente.

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