quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aquela semana

Era boa aquela sensação, de olhar para estante da minha casa e ver aquele troféu ali. Pela primeira vez na vida eu entendi o verdadeiro valor de troféus e medalhas. Ao ficar ali, olhando para aquele troféu, eu podia viver ou reviver aquela sensação. Materialmente, esses prêmios pouco tem valor, já que o custo financeiro real de um troféu ou medalha não é alto. Daria perfeitamente para qualquer um ligar para uma loja ou fábrica e encomendar o seu sem problema algum, basta pagar o dinheiro. Mas todos sabem ou pelo menos deveriam saber que não é disso que se trata.

Um campeão há de merecer a sua condição de campeão. E qualquer troféu ou medalha, deve ter merecido parar ali na sua estante. Por mais que sejam objetos fabricados de forma industrial e entregues pelas mãos de outras pessoas, um troféu ganho é o reflexo de quem você foi até chegar ali.

Uns são mais bonitos que os outros, uns são bem concebidos, outros nem tanto, o que importa mesmo é o que você vê nestes objetos e ali, eu só via orgulho. Um orgulho meu por ter treinado duro, por não ter recuado quando senti medo, insegurança ou vontade de dar um passo para trás, um orgulho de ter sido forte nos dias em que me achava fraco e um orgulho enorme, por ter honrado a fé das pessoas que acreditavam em mim. O objeto era o orgulho do meu irmão e da minha família também, talvez esse tenha sido o maior dos orgulhos ao olhar para aquele troféu.

Na semana seguinte, lembro de ter levado para a escola, um recorte do jornal onde foi publicado o resultado do campeonato e foi uma semana muito feliz. Queria eu que aquela sensação durasse para sempre, mas não dura, e é exatamente por isso que no dia seguinte já é necessário fazer tudo de novo, em busca de outra conquista, em busca de outra "semana de campeão".

Desde então, competir é uma batalha pelo orulho, por esse mesmo velho orgulho, por esta mesma velha sensação, pela vontade de viver sempre aquela semana.

Olhando ali para aquele troféu na estante, de certa forma era olhar para todos os outros que vinham a seguir.

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