Na nossa rotina, eu tinha o trabalho na fábrica e os treinamentos e aulas do Karate. Por muitas vezes me sentia cansado e nessa hora ter uma estrutura familiar fazia toda a diferença. Sempre dizem que quando as coisas ficam ruins, no final é a família que lhe acode, acredito que isso seja realmente verdade.
No Japão, algumas leis são diferentes do Brasil. Algumas delas acho que são mais do que justas. Lá o seu salário é calculado por hora trabalhada e não um fixo mensal. Por isso se você faltar ou chegar atrasado, receberá menos no final do mês. A falta no caso é descontada, independente do motivo. A justificativa existe somente para que a empresa saiba o verdadeiro motivo da falta. O raciocínio é de que não se recebe por hora não trabalhada.
Nunca tive problemas com trabalho no Japão, em todos os lugares em que trabalhei sempre respeitei as regras da empresa. Estudava o japonês para além de entender, queria também poder escrever os relatórios. Isso com certeza fez toda a diferença em todos os anos em que vivi no Japão.
Apesar de todos em casa trabalharem e o Horácio estudar praticamente o dia todo, havia domingos que nos reuníamos todos. Nestas horas aproveitávamos o máximo, já que todos tínhamos provado a sensação de viver separado e sabíamos que não era bom aquela sensação de solidão.
Isto, acredito que fortaleceu demais o nosso conceito de família e partir de então, nos tornamos muito mais próximos.
Eu e o Horácio vivíamos praticamente juntos todos os dias em função dos treinos e aulas do Karate que de forma intercalada, acabava me tomando todos os dias da semana. O que era bom, pois de certa forma, a minha paixão pelo karate acabou nos unindo ainda mais como irmãos.
A família sempre está lá quando precisamos e só o fato de ser assim, já nos dá um conforto que não tem preço. O único problema é que quando tudo parecia estar bem, as aulas, os treinos, o trabalho, iríamos nos separar novamente......
Uma nova história iria começar....
0 comentários:
Postar um comentário