Carregar um nome em seu karate-gi, tem todo um significado. Claro que para muitos, é um mero adorno, principalmente se estiver escrito em Kanji (ideograma japonês), geralmente pensando mais na sua própria vaidade, do que no verdadeiro sentido em si. Quando carregamos o nome de nossa família (sobrenome) estamos pondo ali toda uma história, todo um legado. Ali está a nossa responsabilidade de não mancharmos e de não envergonharmos o nome de nossa família. Quando carregamos o nome do nosso Dojo, aí não se trata apenas de nós. Envolve toda uma confiança depositada por nosso Mestre em sermos um bom exemplo, para toda uma sociedade. Carregar uma responsabilidade de que fazemos parte de um Dojo que mantém as tradições e que devemos honrar a todo custo.
Assim eram os dias (os sete) da nossa semana no Japão. Carregar no Karate-gi a responsabilidade de que um brasileiro poderia ajudar o desenvolvimento técnico de alunos japoneses e também ensiná-los.
Quando nos perfilávamos no Honbu Dojo da Shizuoka Goju-kan (Sagara Dojo) era para mim, um grande orgulho poder fazer parte dos "Shidoins" (instrutores), não pelo status, mas pela confiança dada a mim, de que eu podia levar o nome do meu Mestre, de que eu era uma pessoa que honraria tal responsabilidade.
E exatamente era esta a cobrança que eu fazia do meu irmão, que suas atitudes fossem merecedoras de orgulho, que o nome da nossa família e do nosso Mestre fossem sempre honrados. Assim, quando ele recebeu o seu primeiro Karate-gi da marca TOKAIDO, sabia que aqueles kanjis não eram meros adornos e sabia também que o nível de exigência de seus treinamentos e sua responsabilidade iriam aumentar na mesma proporção.
Shizuoka Goju-kan Honbu Dojo ou Sagara Dojo, um lugar que aprendi a respeitar, um lugar que me serviu de lar, um lugar para honrar até os últimos dias da minha vida.....
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