Vivia no Japão desde 1990 e confesso que mesmo sendo descendente de japoneses, alguns costumes eram realmente diferentes. Confesso que no início demorei a entender alguns deles, mas o segredo é manter a mente sempre aberta a aprender, e não de forma resistente a achar que o nosso ponto de vista é único.
Enquanto dividia meu tempo em trabalhar à noite na fábrica Tokai, que fornecia peças para motos e barcos para Honda e Suzuki e treinos no Honbu Dojo e aulas nos Dojos de Hamamatsu e Hamakita, tentava estudar e aprender o máximo possível sobre a cultura e os costumes da terra dos meus avós.
Acredito que a maior riqueza que pude trazer do Japão foi o conhecimento, a forma de pensar que me ajudou a superar as dificuldades e ver tudo pelo lado positivo. A forma de pensar em agradecer a tudo, principalmente às coisas ruins que nos acontecem e que nos forçam a sair do lugar. Todos estes costumes fazem parte de uma cultura belíssima e que está intrínseca nos ensinamentos do Karate-do e que meu Mestre me ensinou através de seus exemplos.
O ano de 1994 foi importante para mim, já que me deu toda a experiência para começar a ensinar e sem esquecer de que é sempre preciso não parar de aprender. Este aprendizado é o que sempre me lembro, nunca acreditar que já se sabe o suficiente e que o treino pode ser desnecessário. Geralmente as pessoas depois de uma certa altura da vida, após se convencerem de que já possuem o conhecimento suficiente, deixam de aprender e se julgam superiores às outras, porém, continuam a utilizar o termo "humildade" em seus discursos. Aqueles que realmente sabem, nunca deixarão de aprender e a humildade se faz presente na prática. O conhecimento nunca será suficiente.
0 comentários:
Postar um comentário