quinta-feira, 28 de julho de 2011

O direito conveniente

Seguindo por aqueles dias, muitas vezes me sentia cansado ou me sentia no direito de estar cansado. Meu irmão tinha aquela jornada de trabalho absurda, trabalhando de noite, dormindo algumas horas de dia e treinando no tempo que lhe restava, mas mesmo assim ele nunca se dava o direito de não fazer o que tinha de fazer pelo crescimento do seu Karate, que nesse caso é uma coisa só: Treinar.

Vez ou outra eu tinha vontade de estar fazendo outras coisas, mas sempre de alguma forma fui levado pelo meu irmão para o lado do treino. Na maioria das vezes em que isso acontecia, eu não entendia bem como tinha parado ali, já que horas antes não estava com a mínima vontade de treinar. Uma vez estando ali treinando, aquela vontade(ou falta dessa) parecia algo que já tinha ficado para trás como se aquilo tivesse me ocorrido há um longo tempo atrás e tudo ficava bem, eu me sentia bem.

Durante muito tempo da minha infância/adolescência, eu vivenciei dias assim. Conflitando entre o meu direito de não fazer e o fazer, que de fato me trouxe, que leva adiante. Com um bom exemplo que tive, com um guia que tive naquela época eu pude aprender um bocado sobre "quem você quer ser". O verdadeiro ganho, nunca vem até você apenas na hora que lhe convém. Às vezes(na maioria das, para não dizer TODAS) é necessário ir muito além do que convém. A conveniência sempre equivale às justificativas para quem você é hoje que nunca servem para quem você pretende ser amanhã. Então se a justificativa existe porque é conveniente, ela nunca fará o menor sentindo para o dia de amanhã.

Seguindo por esses dias aqui, é a velha história de sempre. Todos possuem mil motivos para não fazer, mas o que interessa para o Karate-Do, são apenas os poucos, que tem apenas um motivo para fazer.

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Competição ou Tradicional

Em todos os dias em que vivi no Japão, não houve um único dia sequer que eu não aprendesse algo novo. Seja algo realmente novo ou algo novo sobre uma coisa conhecida. Existe uma grande discussão sobre competir, que alguns afirmam que a competição subtrai a tradição da arte. Eu particularmente discordo disso. No Dojo do nosso Mestre em Sagara, os treinos sempre foram tradicionais e lá pude aprender com ele, os valores disso. Mas também foi com ele que aprendi que a competição se faz importante dentro do crescimento da pessoa nos tempos modernos, principalmente entre as crianças. Lembro que todas as crianças e jovens competiam nos Campeonatos Estaduais, Escolares, Colegiais, Universitários e Nacionais, não perdendo com isso sua tradição. O que se faz de errado, na verdade, (isso aqui no Brasil) é que alguns instrutores seguem o caminho mais fácil, que é optar pelo que lhe é conveniente, ou seja, aquele que opta só pela competição se torna um "Técnico" específico de algo (shiai-kumite ou kata), o praticante se torna "Atleta" também específico e o que é tradicional se torna "arcáico". O inverso também acontece, que são aqueles que se dizem tradicionais, defendendo o fato de que o são só por não estar na competição. A grande verdade é que a grande maioria não está nas competições por falta de capacidade de vencer mesmo.
O tempo que estive lá pude ver de perto uma realidade diferente. Lá o ego não é almejado como aqui, e ser tradicional ou da competição, no final das contas não faz a menor diferença, porque o que vale não é o que o indivíduo se autointitula e sim o que ele faz de produtivo com isso.
Ser tradicional é seguir os ensinamentos do karate-do à risca, sem desculpas e sem conveniência, simpels assim (notem bem, simples, não fácil).
Lembro de assistir pela NHK todos os anos, geralmente no mês de dezembro, o Campeonato Nacional da JKF (Japan Karate-do Federation), onde disputam os melhores, sim os melhores. Sem divisão de peso e sem divisão de estilos. Lá estavam os melhores representantes de suas entidades (Goju-ryu, Shotokan-ryu, JKA, Wado-ryu, Shito-ryu, Universidades, pois o Nacional Oficial de Karate é um só) disputando ponto a ponto, provando na prática o que muitos gostam de teorizar. Dá gosto de assistir!!!!!
De todas as técnicas que aprendi com meu Mestre, o que eu admirava mesmo nele, era esta sabedoria, esta forma de ver e viver os dias. Ser um Mestre, para ter realmente algo de valor para deixar às futuras gerações, isto é o que vale de verdade.....

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Viver para sempre

Somos todos um. À partir do momento em que na sua faixa preta há entre outras coisas bordadas, o nome da sua escola de Karate-Do, isso quer dizer que seu sangue, seu caminho, sua palavra e sua conduta, representam não só você como indivíduo, mas o Karate-Do como sentido.
Muita gente borda a faixa porque é bonitinho ou porque viu a de alguém e quis fazer igual. Mas nós, bordamos as nossas faixas pretas para saber quem nós seremos pelo resto de nossas vidas e colher as consequências do uso de tudo que esta faixa representa dentro da arte. Desculpe-me, nós não, eles, já que essas faixas não são feitas, nem encomendadas por nós mesmos e sim, por aqueles que nos ensinam.

Treinar Karate após receber a faixa preta, quer dizer assumir o compromisso com a vida da arte. Quer dizer que pelas suas mão esta arte nunca deixará de viver e que mais tarde essa arte também será passada adiante. O Karate-Do assim, nunca há de morrer, porque todos nós somos parte da vida desta(ou parte de nós).

Vivendo dia após dia, pensando, respirando, sentindo(dores muitas vezes) e praticando o Karate-Do em todas as formas, o tempo voa depressa porém o espírito de querer fazer o melhor permanece o mesmo. Entro numa livraria no bairro da Liberdade (o bairro japonês de São Paulo), me direciono para a mesma sessão de sempre, pego uma revista de Karate chamada "Gekkan Karate-Do" e ao folheá-la, eu tenho exatamente a mesma sensação que tinha ao folhear esta mesma revista naqueles anos no Japão, em que ainda era o meu irmão quem comprava estas revistas para lermos em casa.

Durante esse tempo que se passou até aqui, desde a primeira vez em que folheei uma dessas revistas, eu passei parte deste tempo vivendo, observando, aprendendo com grandes senseis dentro e fora do Dojo. Das correções do sensei Konomoto, os kumites com o sensei Nagatani, a humildade e a bondade em tempo integral de ambos que sempre lideraram através do exemplo. Exemplo que fez o meu irmão aprender e seguir adiante com o nome da nossa escola em nossas faixas, do outro lado do mundo.

Eu permaneço o mesmo, continuo me esforçando como aquele garoto de anos atrás. Hoje eu carrego minha faixa preta já um pouco envelhecida e alunos que seguem o que com muito esforço tento ensinar. Continuo aprendendo com os senseis, com o meu irmão, tudo como sempre. Um dia, os sensei morrem e um dia todos nós também, mas para aqueles que vivem, viveram suas vidas em nome daquelas inscrições bordadas nas faixas, a vida sempre há de continuar.

Os mestres que se foram vivem naqueles que hoje lutam pelo caminho, e nós, que hoje caímos, levantamos, caminhamos e aprendemos através deste, assim como estes senseis fizeram, continuamos aqui, dando a nossa contribuição para a vida daquilo que todos nós amamos. Todos vivemos e viveremos, enquanto o verdadeiro Karate-Do existir.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um Universo comum a todos

Quando me lembro dos tempos em que vivi no Japão, tenho muitas saudades. Apesar da rotina diária de trabalho ser de 16 horas e geralmente com serviço braçal pesado, a vida de forma geral no Japão foi muito boa. Os obstáculo eram muitos, independentemente de sua condição física, ser homem ou mulher, criança, jovem ou com mais idade. Desde a língua e costumes, até mesmo em regras e leis. Se repararem, até o mapa mundi ensinado na escola é invertido, se compararmos com o que conhecemos no ocidente. Mas, ao ver meu irmão caçula com apenas 10 anos enfrentando todas aquelas difculdades, percebi que se você quiser, tudo pode fazer parte de um único universo. Sem etinias, crenças religiosas, crenças sociais, ou tudo que mentalmente lhe difere. Via meu irmão em casa quando ele chegava da escola e eu acordava para mais um turno noturno na fábrica, ele ali jogando videogame com seus amigos da escola. Como ele conseguia entender e compreender tão rápido aquela língua, até então estranha, e se adaptar com tamanha facilidade aos costumes japoneses? Simples, porque ele conseguia ter a visão correta das coisas: Que tudo faz parte de uma coisa só.
Entendendo este conceito, tudo e em qualquer lugar, passa a ter mais sentido e consequentemente a adaptação fica mais simples. Notem bem, simples, não mais fácil. Porque é fácil e bem mais cômodo criticar algo que não conhecemos a fundo, do que procurarmos o verdadeiro entendimento. É muito mais fácil em um dia de neve, você ver todas aquelas crianças indo para escola, os meninos de shorts e as meninas de saia, criticar os costumes japoneses de não permitir que aquelas crinças se agasalhem mais nas pernas para combater o frio. É muito mais fácil criticar a rigidez imposta, do que simplesmente procurar entender e obedecer as regras. O fato é que se nos colocarmos dentro deste universo e não fora como geralmente é feito, ficaria muito mais simples a assimilação e aceitação destes novos conceitos e consequentemente nos traria uma evolução tanto mental como intelectual.
Posso dizer que aprendi muito no Japão no tempo em que vivi lá e que tais conhecimentos me são muito úteis para poder encarar a nova fase que era a readaptação dos costumes aqui no Brasil, mas aí, já faz parte de uma outra história ......

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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Uma infância sem desculpas

Por mais que a região de Shizuoka não fosse a mais fria de todas no Japão, no inverno fazia um frio que não se comparava de forma nenhuma com o inverno brasileiro. No Japão, desde cedo as crianças aprendem sobre deveres, obrigações, responsabilidades e independência. Ninguém vai à escola de ônibus, de carona com o pai ou a mãe, todos íamos à pé.
No calor ou no frio, os meninos vestiam shorts e as meninas saias, ninguém usava calças à não ser que estivesse doente o suficiente para isso. "A saúde está nas pernas" diziam para mim no começo quando eu não entendia aquilo tudo.
No almoço, quando nós mesmos servíamos a nossa comida na sala de aula que se transformava num refeitório, ninguém podia deixar sobrar comida no prato. Você é responsável pelo que come, pelo que os olhos comem. Se colocou, se pediu para colocar na badeja, tem que comer tudo. Certa vez, logo nos meus primeiros dias de aula, eu fiz o que os brasileiros fazem por sua "educação", deixei comida no prato e a hora do almoço se prolongou, porque tive que comer tudo sob o olhar de todos que já tinham acabao de comer.
Mas num país que viveu na fome, na dor, na tristeza das consequências de uma guerra, quem são os brasileiros para julgar tal cultura? Viver, crescer e aprender com o Japão nada mais é do que aprender à viver sem desculpas. Porque justificativas e desculpas são realmente para quando você precisa delas.

Fora da escola, eu tinha exatamente as mesmas lições dentro do Karate-Do. Era puxado e meu irmão sempre cobrava uma responsabilidade extra pelo fato de ser o seu irmão mais novo. Teve dias em que eu quis faltar, porque estava cansado(o meu irmão nem estava), porque tinha coisas para fazer(todos nem tinham), porque queria me divertir(os outros nem queriam), porque queria estar com meus amigos(niguém queria), porque tive medo(ninguém nunca teve) ou simplesmente porque estava com preguiça(ninguém sente preguiça).
A verdade é que todos sentem e todos sem excessão se encontram sob as mesmas condições, dar-se o direito de não fazer algo com uma desculpa dessas citadas acima é simplesmente dentro do Budo uma amostra de falta de humildade, já que se todos se encontram sob efeito das mesmas coisas, por que só você teria direito de usá-las à seu favor?

Então, eu vivi a minha infância e os primeiros anos do meu Karate-Do aprendendo sobre desculpas. Aprendendo que todo mundo tem desculpa para tudo, mas que não era isso que interessava no final das contas porque as desculpas só fazem pessoas genéricas. E o verdadeiro Karate-Do(como todos gostam de citar e poucos gostam de praticar) se trata de fazer a diferença.

Com o passar do tempo, o óbvio de tudo é ser difícil, esperar que seja difícil e o fácil é só uma agravável surpresa passageira que você aproveita, vive, mas não se dá o direito de acostumar. Ao encarar as coisas dessa forma, creio que é possível viver uma vida sem falsas desculpas.

Claramente, existe o bom senso. Todos somos de carne e osso, o Hanshi Konomoto, o Sensei Nagatani, o meu irmão Akira, todos eles tinham sangue correndo pelas suas veias, mas até podermos admirar esse sangue e sangrarmos da mesma forma, primeiro, antes de tudo é necessário aprender sobre a vida sem desculpas.

E um dia, olhando para as próprias justificativas que por opção foram deixadas para trás através do silêncio, há de se descobrir o significado do "Bom" senso.

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

O ano de 1993


Em um ano onde pude participar de um mundial pela primeira vez, com certeza, é um ano para ficar na memória.
Voltar também ao Campeonato Estadual de Shizuoka e tentar novamente a superação, a busca pelo melhoramento, a sensação era muito boa estar ali de novo.
Quando se resolve trilhar o caminho do Budo, é necessário um comprometimento muito grande, pois a vida nos ensina que quanto maior forem as suas aspirações, maiores serão os testes a passar. Em 1993 eu trilhava o caminho do Budo, ainda era "apenas" Shodan e tinha total consciência de que tinha muito ainda a aprender, pois queria um dia ser Campeão, dentro das competições, mas acima de tudo, meu grande ídolo sempre fora o meu Mestre, Konomoto Takashi. Treinar duro, aprender, entender e por em prática o conhecimento, pois nas palavras do meu Mestre, só assim o conhecimento poderá um dia se transformar em Sabedoria. E era isso que eu buscava, um dia queria ter aquela sabedoria, ter aquela vivência, um dia sonhava em ser um Mestre. Sabia também da minha responsabilidade, afinal, além dos alunos mais novos do Dojo, havia também o meu irmão caçula, que me acompanhava em tudo que fazia e tinha que mostrar a ele, que o Budo tinha que ser comprovado na prática. Sei que em muitas vezes ele talvez não entendia o por que dos sacrifícios, o por que da rigidez, mas eu via nele uma grande força interna, então aquilo tinha que ser lapidado.
Superação no meu ponto de vista, é uma ação acima da média, acima do normal. Seria aquilo que as pessos normais, a grande maioria, não faria. Vejo que quem pratica qualquer arte marcial japonesa e segue os conceitos do "Budo" deve entender que a busca é exatamente por este ser. Desistir quando algum obstáculo aparece, descansar quando se está cansado, reclamar daquilo que não está de acordo, fazer tudo que lhe é conveniente, estes são atos de pessoas comuns. Para melhorar e progredir dentro do Budo, deve-ser sempre buscar esta superação, sempre, buscar ser alguém melhor, alguém maior.
Neste sentido a figura do meu Mestre era algo altamente motivadora. Então não me sobravam desculpas (por mais convenientes que podiam parecer para mim), nem as 16 horas de trabalho na fábrica, nem o cansaço, nem a falta de tempo, nem o frio congelante (inverno), nem o calor escaldante (verão), nem as dores musculares, nem as bolhas, enfim, o que importava mesmo era o úncio motivo que me fazia querer treinar. Ser um dia igual ao meu Mestre.....

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Próxima rodada

Entre tantas experiências vividas com o Karate no Japão, constantemente na minha lembrança momentos parecidos, onde fizemos exatamente a mesma coisa, só que em ocasiões diferentes. Todos os momentos relacionados às competições estão presentes nessa sessão de "repetições".
Em todos os campeonatos que disputei, lembro-me de sempre ter o meu irmão ao meu lado. Fosse naquele momento que antecede a luta de shiai kumite, ouvindo suas instruções ou como ali, sentado, olhando os outros garotos e seus katas, esperando pela minha vez.

Atentamente meu irmão observava cada execução de kata e marcava num papel a nota dos melhores, já que em categorias infantis no Japão(e nesse caso o mundial) raramente tinha um número menor do que cem participantes, sendo assim, anotar as notas era quase uma obrigação para que pudéssemos saber no decorrer da competição se eu estava "dentro" ou não da próxima rodada.

Enquanto meu irmão se ocupava com esta função, eu observava atentamente, primeiro para saber o que eu estava enfrentando, segundo, por curiosidade, ainda com aquela dúvida e querendo saber se mesmo vindos de outros cantos do mundo, eles, os estrangeiros faziam a mesmas coisas que eu. Para a minha ingênua surpresa sim, eles faziam as mesmas coisas que eu(é claro que uns melhores que os outros, mas faziam).
Porém, o que mais me chamava a atenção eram as diferenças étnicas. Por mais que se diga que o Brasil é um país onde há de tudo, até então, a minha única experiência com povos de outros países, era o fato de estar morando no Japão. Era curioso ver meninos da Índia por exemplo.

No final das contas, passados os cem garotos e seus Katas. Eu não consegui figurar entre os oito que passavam para a próxima fase. Eu mal sabia da grandeza do karate dentro do Japão, mas agora sabia que a o mundo do Karate era muito grande. Assim como nos dias em que colocava a minha cabeça no travesseiro crente que o dia de amanhã me traria novas descobertas e aventuras, creio que de alguma forma, apenas em sentimento, sem palavras para descrever, eu sabia que muita coisa me esperava nesse mundo tão grande do Karate-Do.

O mundo é muito grande. E ainda me pergunto, o que tem para amanhã?

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segunda-feira, 4 de julho de 2011

1993 - Mundial Goju-kai em Tokyo II


Após vermos a belíssima apresentação do Saiko Shihan Yamaguchi com o Kata Chikaku e do Hanshi Kikuchi com o Kata Genkaku, do grupo de Taiko e dos Mestres do Ryukyu Kobujutsu, esperávamos ansiosos pela chamada de nossas categorias.
Ver o Horácio, tão garoto e já participando de um mundial, me enchia de orgulho. Após sua execução do kata Gekisai Dai Ichi, fiquei anotando as notas dos outros competidores, e para uma primeira participação, estava ótimo.
Na minha vez de executar o kata, era exigido o kata Seienchin para a primeira rodada e infelizmente minha nota não fora suficiente para passar para a próxima fase.
No Kumite não fora diferente e talvez a falta de experiência foi um ponto fundamental. Mas, sabia que aquilo tudo serviria para meu aprendizado, queria estar ali novamente.
Apesar dos resultados insatisfatórios, o Mundial era maior que tudo isso. Pudemos ver o Brasil ser Vice-Campeão na categoria meio-leve com meu amigo Leonardo Abe fazendo a final com a "Lenda" da IKGA, Yamaguchi Masatoshi. O mesmo Yamaguchi Masatoshi fazendo uma final digna de guerreiro, contra o atleta do Irã, na categoria Jyu-Kumite. O Brasil ser Vice-Campeão na categoria Pesado, com o atleta Roque. Enfim, pude rever os amigos do karate do Brasil, fazer novos amigos, ver de perto o que é um Mundial.
Adquirir um exemplar do livro "Goju-ryu a Visual Guide to Kumite Techniques" autografado pelo próprio Saiko Shihan Yamaguchi Goshi, a bolsa referente ao Mundial e vários outros souvenirs relacionados ao mundial ou ao karate. Estar alí já era parte de um grande sonho.
Ao final de tudo, não pude completar o sonho com uma medalha, mas tive a certeza de que aquilo tudo era o que eu almejava de verdade, queria um dia poder fazer parte daquele grupo seleto.
"Sonhos existem para que possamos almejá-los, nem o tempo e nem as pessoas, impedem os fortes de alcançá-los....."

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