segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pódio na África e nossa história

Último dia de competição, agora já na arquibancada, vendo as últimas categorias, estava feliz. Estava feliz não apenas por ter garantido uma classificação inédita para nosso querido país, claro que isso era importante e dava a sensação de dever cumprido, mas também por estar ali, por fazer parte de tudo aquilo. Feliz por um dia lá no passado ter sonhado em participar de um mundial e poder ganhar uma medalha para o meu país e depois de muito batalhar, de ser este o meu terceiro mundial e de conseguir uma classificação, de poder honrar o nome do meu Mestre Konomoto Takashi, que com sua paciência e bondade me mostrou o caminho que pude trilhar.

Quando chegou a hora da premiação, uma emoção muito grande tomou conta de mim. Emoção por subir no pódio de um campeonato mundial, emoção de representar e levar a bandeira do meu país, emoção de saber que ali estava o fruto de um trabalho que um dia meu mestre confiou a mim. Mas também uma emoção por poder dividir aquele pódio com aquele que um dia fora um garoto que me acompanhava nos treinos, que um dia resolveu começar a treinar, que cresceu, que pedia e ouvia meus conselhos e que agora estava ali, como meu parceiro, juntos para receber aquela medalha do mundial. Estavámos ali recebendo a nossa medalha, abraçados, segurando a bandeira do Brasil, unidos não apenas pelo sangue, mas pela amizade, pela confiança, pelo nosso caminho.

No dia seguinte ainda participamos do seminário com o Saiko Shihan Yamaguchi Goshi e também da Festa de despedida com os integrantes das outras delegações.

Mas esta história do mundial não poderia ser contada se não houvesse um começo, um início de tudo.....

....Dia 14 de maio de 1990, uma segunda-feira, ontem foi Dai das Mães, queria ter dado um presente melhor para minha mãe, mas em nome dos meus sonhos, acabei dando talvez o pior, a nossa separação.

Estou aqui sentado em nossa mesa da coziha sentindo o cheiro de "tempura de batata doce", prato que eu adoro e que minha mãe está fazendo em pé ao lado do fogão, tentando se segurar para não chorar e hora ou outra não consegue. Disfarça rapidamente as lágrimas, tenta ser "durona" para acreditar que os filhos tem mesmo que seguir seus caminhos em nome de seus sonhos.

Sou mais um como tantos outros sonhadores "dekaseguis" que vão ao Japão em busca de um sonho de fortuna, mas que ao chegar lá se deparam com uma realidade totalmente diferente.

Nos sentamos todos à mesa, o último café da tarde juntos até o meu retorno. Minha mãe, meu pai, minhas irmãs Simone e Melissa e o meu irmão caçula Horácio. Saboreio o tempura de batata doce e é incrível como este gosto e textura sinto até hoje na boca. Começo a sentir o frio na barriga, o grande dia havia chegado e com isso trouxe também uma mescla de sentimentos. Por um lado aquela sensação de euforia, de ser jovem, de estar prestes a descobrir o mundo, de conquistar os ideais e do outro o sentimento de tristeza por ter que abrir mão da minha família, dos meus amigos, da minha casa e da minha pátria. Mas como todo jovem, eu tinha o poder de mudar o mundo e isto era sufuciente. Precisava ir em busca dos meus sonhos.

A despedida no aeroporto deveria ser mais fácil, mas nunca é. A cada abraço um choro diferente, e claro isto é mais que natural, afinal, ficarei sem ver estas pessoas por muito tempo e isso dói lá no fundo do peito. Quando abraçamos nossa família nessa hora, é como se os braços se fechassem e aí torcemos para que o tempo pare naquele instante e não tenhamos que soltar mais. Não tinha mais lágrimas, os olhos inchados e o coração partido. O corredor depois do raio X é frio e escuro, assim era o sentimento que eu tinha, um imenso vazio no peito....

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um Choro de 17 anos

Eu não faço a mínima idéia do que acontece com o mundo quando o assunto é fé.
Mas de uma coisa sobre a minha fé eu sei, acredito que o mundo diz, o que precisa ser dito. E que a fé que nós depositamos nos sonhos, é  a fé que o mundo deposita em nós. Pode ter sido apenas uma estrela cadente qualquer. Mas para mim, e certamente par ao meu irmão, aquela estrela era o mundo nos mostrando o que precisávamos ver. O dia seguinte, seria com certeza um grande dia.


Derrotados pelos japoneses na semi-final por quatro à um, ali estávamos na disputa pela medalha de bronze. Era como se as lembranças, não tivessem levado 17 anos para serem escritas. Ali, prestes à enfrentar os italianos, na minha cabeça eu só enxergava estas lembranças e a certeza da vitória. Lembro de por um instante pedir à Deus, para que pudéssemos apenas fazer aquilo que sabíamos, nada mais, nada menos que isso. Olhava para as letras da minha faixa que diziam “Konomoto Takashi”.
Pensei no nosso sensei, que há tantos anos não vemos. Aquela faixa, nasceu para estar ali, mostrando para o mundo, o Karate de Konomoto Takashi. Olhava para a nossa bandeira, estendida na arquibancada, bandeira da nossa escola Shizuoka Goju-Kan dada pelo nosso mestre em 1996. Deu vontade de chorar. Porém, ainda não era hora para isso. Ainda não havia nada ganho, nada de memórias em flash-back ou homenagens, ainda nos restava vencer. Por isso voltei a me concentrar na disputa para fazer assim o meu papel. Deus fez e certamente sempre faz a sua parte.


Uma grande execução. Sem um segundo sequer de desatenção.  Desde o momento em que pisamos no ginásio naquele dia, nós nos fechamos para todas as outras coisas até mesmo os nossos adversários. Não houve um momento sequer de dúvida e se houvesse eventualmente, o foco de um dos dois era suficiente para cobrir a falha do outro. Talvez tenha sido nessa hora, que eu vi o quanto era forte e significativa a nossa ligação. Dada pelo sangue de irmãos e pelo caminho do Karate-Do.
Momentos antes da decisão dos árbitros, eu tinha certeza de termos feito, deixado ali naquela quadra, o nosso melhor. Julgando pelo que vi, vitória certa.

Quando os cinco árbitros levantaram as bandeiras à nosso favor, eu simplesmente abracei meu irmão e chorei. Aquele era o fruto do nosso trabalho, dos nossos sacrifícios e atritos. Muita gente pensa que é fácil ser o irmão mais novo de Akira Saito. Mas poucos sabem que na verdade é o maior desafio que eu sempre enfrentei. É difícil, porque ele é meu irmão. Ser aluno na maioria das vezes é seguir. E por conseqüência disso, na maioria das vezes trata-se apenas de admirar e aprender. Ser irmão, trata-se de conhecer tudo.  Eu sei que o meu irmão, apesar de ser meu mentor,  tem lá os seus defeitos que só os irmãos conhecem, da mesma forma que ele sabe que tenho tais defeitos também.  Chorar com aquela decisão dos árbitros, que reconheceram de forma unânime que nós merecíamos ser os terceiros do mundo, foi muito mais do que um choro pela medalha. Foi o choro da nossa história. Olhava para a minha faixa, as segurava sem conseguir parar de chorar. Um choro, que  esteve conosco, guardado, desde o meu início no Karate em 1992. Um choro de um irmão mais velho batalhando durante todos estes anos para sem se quer saber, moldar um parceiro. O choro, dos 17 anos.

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domingo, 21 de novembro de 2010

Conquista na África do Sul

Chegara a hora da decisão. Quem perdesse estaria fora do pódio e provavelmente veria seu sonho ser adiado por mais quatro anos. Nervosismo, tensão, todo tipo de pensamento vem em sua cabeça. Mas o que difere nessa hora é aquele que consegue controlar melhor suas emoções. Eu e meu brother Horácio havíamos passado por muitas coisas para estarmos ali, foram muitos os sacrifícios, muitos os treinos, muitas as dores e a vitória não era mais apenas um desejo, era o significado de tudo que representava aquele tempo, aquela nossa fase da vida. Apertamos as mãos, nos abraçamos e dissemos um para o outro: - "Vamos ganhar, viemos até aqui para vencer, vamos ganhar essa p...".

Nos posicionamos na lateral do Koto, na ordem ficou determinado que seríamos a dupla "AO", azul, portanto faríamos o Bunkai depois da dupla da Itália.

Enquanto eles executavam o Bunkai ficamos concentrados, focados no nosso objetivo que era dar o melhor de nós, fazermos um bunkai não apenas técnico, mas com espírito, com coração. Assim que eles terminaram, nos posicionamos para entrar e como se tomados por um transe, executamos o bunkai sem erros, sincronizados, com uma energia interligada e harmoniosa. Para aquele dia, para aquele instante de nossas vidas, foi perfeito, acabamos o bunkai e com toda aquela energia ainda pairando no ar, fomos ao nosso lado do koto esperar pela decisão nas banderias dos juízes. E após aqueles segundos de ansiedade e tensão intermináveis, o juiz central sinaliza com seu apito e todos os outros quatro juízes dão seu parecer. 5 X 0 azul. Contamos as bandeiras e nos abraçamos, não mais contendo a emoção. Choramos. Choramos por nós, por nosso país, por nossos Mestres e alunos, por nossas famílias e amigos, choramos porque sabíamos o que aquela arte representava em nossa vida. O representante do Chile veio nos cumprimentar e calorosamente nos parabenizar. Nossos alunos nos esperavam na saída do Koto e com abraços e lágrimas comemoravam também esta vitória de todos, pois era a primeira vez na história dos mundiais da Goju-ryu que o Brasil ganhara uma medalha nesta modalidade.

Antes de sairmos da área de competição, paramos para tirar uma foto com a nossa bandeira, a bandeira da Associação Shizuoka Goju-kan do Brasil, presente que nosso Mestre no Japão, havia dado quando voltei ao Brasil. Fiz uma prece e agradeci. Agradeci meu mestre no Japão que me ensinou e me mostrou as técnicas e os valores da arte e nosso saudoso mestre aqui do Brasil, Ryuzo Watanabe, que nos recebeu de braços abertos quando chegamos.

Andamos pelo ginásio, agora com aquela sensação de dever cumprido, e sem aquela pressão da competição, pudemos confraternizar mais com os atletas das outras delegações. Cumprimentei e troquei camisetas com a equipe da Indonésia, que como nós, também ficaram em terceiro lugar, tiramos fotos com a equipe do Japão, que haviam ficado em segundo, perdendo para a Suiça e que tinha um fato interessante: Um de seus técnicos, Kamogawa, era no passado meu algoz, que nos campeonatos estaduais da Província de Shizuoka sempre ficava com o primeiro lugar e era muito bom encontrá-lo ali, depois de quase quinze anos.


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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

África do Sul

Saio de casa, com muitos pensamentos. A velha sensação de estar partindo para o desconhecido que nunca foi a sensação mais atrativa do mundo para mim desde sempre. Desde o primeiro dia de aula na escola, até as viagens pela seleção brasileira adulta de Karate. Engraçado, já que já viajei e competi centenas de vezes até aqui. Porém, é sempre assim. Sempre como se fosse para um mundo totalmente diferente, deixando tudo que eu conheço para trás. Deus que me perdoe dizer isso, mas eu sempre sinto que é uma despedida. Eu prefiro pensar que isso é um bom sinal, sinal de que deixo em casa a minha versão antiga, buscando mudo afora uma nova versão atualizada.

Parte o carro rumo ao aeroporto. Estamos indo para a África do Sul.
Quase quinze anos após  voltar do Japão com a faixa preta. Hoje como um homem adulto me lembro de momentos e pessoas importantes, que apesar da distância criada pelo tempo e pela distância geográfica, estão sempre presentes de uma forma quase paterna dentro do ser que aqui se encontra pensativo dentro de um carro acompanhado de pessoas queridas, mas de certa forma sozinho, no interior de seus pensamentos.
Nos encontramos com os outros atletas no aeroporto, todos, amigos. Com certeza, isso fez com que a viagem fosse divertida e o nervosismo ficasse em segundo plano.

Viagem cansativa e definitivamente o avião não é o melhor lugar para descansar as pernas .  Durante a viagem, procurei não pensar muito na competição. Tentei distrair-me com a viagem e com o pessoal, mas vez ou outra, inevitavelmente lembrava do quanto aquilo era importante para nós. Quando lembrava, surgia lá no fundo uma ansiedade que se não tomava cuidado, logo me levava para o campeonato,  para as situações e conseqüentemente para a  responsabilidade que caia sob os ombros.
Medo. Sempre acreditei que a coragem nada tem a ver com a falta desta sensação de temor, mas sim com aqueles indivíduos que tem o medo pela frente, mas avançam mesmo conhecendo as conseqüências de uma eventual derrota.
Não ter medo de nada para mim é mais inconseqüência do que coragem. Então sentir medo, e saber reconhecê-lo, já é um pedaço da coragem.

Chegando em Cape Town, e já transitando de van pela cidade, rumo ao hotel, a sensação nítida que fica, é  a de que realmente existem pessoas de realidades econômicas e sociais extremas naquele país. Uns com tanto, outro s com praticamente nada. Carrões circulando por bairros praticamente europeus e probreza, favelas e ônibus velhos  transportando só negros em partes mais pobres da cidade.
Serviço de transporte público que deixa a desejar. A impressão que fica, é que o transporte público é somente para os miseráveis. Que os ricos só andam de carrões e não existe meio termo entre um e o outro.  Em São Paulo por exemplo, existem inúmeras pessoas que deixam seus carros para irem trabalhar de ônibus e/ou metrô. Na África do Sul, não parece ser assim, nem de longe.

Entrando no clima do campeonato, visitamos os ginásio vazio. Apenas com as estruturas (tatamis e afins) sendo finalizadas para a competição. Aquele frio na barriga que havia acalmado durante a viagem, agora voltava para ficar de vez. Ali no meu estômago permaneceu, seja comigo ali naquele ginásio vazio ou mais tarde quando todos já fechavam os olhos em seus quartos no Hotel.

No primeiro dia de competições, nossos alunos vão bem. Uma medalha de bronze e uma disputa de medalha perdida. É um bom saldo de alunos que tenho treinado, uma nova geração da Shizuoka Goju-kan! Porém como se da noite para o dia tudo pudesse acontecer (erealmente pode) , no segundo dia de competição, o dia das disputas individuais das categorias adultas, todos nós vimos um por vez cair e deixar o sonho de ser o melhor do mundo ser adiado.
Fiz o meu melhor, mas sei que ali, eixsitiam pessoas mais capacitadas do que eu e por justiça, estas seguiram adiante. Porém isso me frustrou também por mais justo que tenha sido, já que só eu sei o quanto eu me preparei para estar ali. Sentando, já na arquibancada eu apenas lido com a certeza de que nada mais podia ter sido feito.

Decepcionados, eu e o meu irmão tivemos um atrito. Mas com um verdadeiro exemplo de sabedoria, ele me mostrou que deveríamos nos manter unidos, deixando toda frustração daquele dia para trás. Quando um quase coloca tudo à perder, o outro toma à rédea da situação. Acredito que isso mais do que nunca me mostrou porque somos uma verdadeira dupla, um verdadeiro time. O terceiro dia, o dia da disputa do Bunkai-Kata (em duplas, a dupla Brasileira para a disputa era formada por mim e pelo meu irmão) ainda estava por vir. No céu escuro de um dia de decepções, uma estrela cadente só pode ser um sinal. É assim que começa a nossa vitória.

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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mundial da África do Sul

Olá a todos os nossos amigos, a pedido de várias pessoas que nos enviaram mensagens, mudamos a forma de postarmos e para não ficar apenas uma postagem por semana, faremos da seguinte forma a partir de hoje: eu (Akira) postarei às segundas-feiras e o Horácio postará às quintas-feiras, sobre o mesmo assunto, mas com o ponto de vista de cada um.

Hoje vou contar um pouco sobre a nossa viagem em outubro de 2009 à cidade do Cabo, na África do Sul, para disputarmos o Campeonato Mundial de Karate-do Goju-kai. No embarque no aeroporto internacional de Guarulhos já sentia uma grande emoção, pois o Brasil havia ficado fora do circuito da Goju-kai desde 1999, e depois de 10 anos eu estava lá outra vez defendendo a bandeira do meu querido Brasil. E também, por não estar sozinho, além do meu brother Horácio, estavámos também levando seis alunos, que era também motivo de muito orgulho, pois quando voltei ao Brasil em 1996, tinha na minha bagagem também a respondabilidade de representar aqui no Brasil o nome do meu Sensei, Hanshi Konomoto Takashi e de sua Associação Shizuoka Goju-kan que ele havia me autorizado a usar aqui, com certeza era uma honra participar deste torneio.

Chegamos dois dias antes do evento para podermos nos adaptar, e vimos um país por um lado muito rico e por outro com tanta pobreza. Mas fomos muito bem recebidos e o país é muito bonito e moderno. Ficamos em Tyger Valley no Protea Hotel, um ótimo hotel.

Estar no mundial já é grandioso, a organização, o ginásio impecável, os diversos países presentes. Tudo e todos por um objetivo, ser o melhor do mundo...

Nossos juvenis competiram no primeiro dia e haviam garantido uma medalha de bronze e isso nos entusiasmou, o que não esperávamos é que no segundo dia de competição, todos nós fossemos eliminados em suas categorias individuais e uma sensação de desânimo e frustração assolou a todos. No final do dia conversamos, precisava recuperar o ânimo de todos, pois no dia seguinte iríamos competir o Bunkai-Kata-Kumite e precisaríamos estar bem para tentar alguma coisa. Já a noite enquanto conversava com o Horácio, olhamos para o céu e vimos uma estrela cadente, aquilo só poderia ser um bom sinal.

Chegamos cedo no ginásio no terceiro e último dia de competição e fomos já para a área de aquecimento. Lá estavam as duplas, do Japão, do Suiça, da Indonésia, do Irã, da Itália, da Inglaterra, todas as grandes com chances de medalha, entre outras. Eu e o Horácio nos colocamos a aquecer ao lado da Indonésia e do Japão e dissemos um ao outro: Vamos dar o nosso cartão de visita? E mandamos um bunkai no ritmo da competição, com vigor, com velocidade, com espírito. Pareceu dar certo, pois nos deram espaço, nos deram respeito. Agora não éramos mais a dupla desconhecida do Brasil, éramos agora a dupla do Brasil que mostrou que também estava ali com vontade de vencer.

Chamaram então a nossa categoria, uma pessoa da organização que já havia conferido as duplas e as chaves, pediu então que a acompanhassemos. Andando em fila começamos a subir os degraus que nos levariam para dentro do ginásio de competição, nessa hora lembrei das dificuldades que antecederam a viagem, que só a cinco dias do embarque a obstetra da minha esposa me liberou, dizendo que a gravidez agora estava controlada e que estava tudo bem. Subindo aqueles degraus, veio uma sensação de paz, de alegria e nessa hora pensei: Yumi-chan, papai vai levar esta medalha para você!!!!!

Ganhamos a primeira rodada da Inglaterra por um placar apertado: 3 X 2, mas em seguida iríamos pegar o Japão... com o Japão perdemos de 4 x 1, mas se o Japão fosse para a final, nos puxaria para a repescagem e foi o que aconteceu... e na disputa de terceiro lugar iríamos pegar a dupla da Itália, havia chegado a hora do tudo ou nada...........

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Irmãos de Sangue, amigos de verdade

Olá amigo, convido você a nos visitar uma vez por semana, estaremos postando todas as segundas-feiras um novo capítulo da nossa história, das nossas aventuras de quando fomos ao Japão, do nosso dia a dia lá, dos nossos campeonatos, da nossa ida à África do Sul ao Mundial, quando conquistamos uma medalha inédita para o Brasil, da nossa vitória no Sul-Americano no Uruguai. Uma história de batalha, de suor e de amizade. Queremos compartilhar com você nosso amigo, nossas conquistas e nossas alegrias, pois isto tudo faz parte de um projeto para o Mundial de 2013 na Índia. Antes pretendemos ir também ao Japão, para visitarmos nosso Mestre e claro, treinarmos muito para nos aperfeiçoarmos, e este projeto inclui você, nosso amigo que estará nos acompanhando pelo nosso blog toda semana, pois o projeto Saito Brothers, propõe que dentro do Koto de competição somos UM, mas fora dele somos MUITOS!!!!!
Todas as segundas serão dois posts sobre o mesmo assunto, mas com dois pontos de vista diferentes. O ponto de vista do Akira e o ponto de vista do Horácio. E quem são os irmãos Saito? Para aqueles que ainda não nos conhecem, uma breve apresentação e no decorrer das semanas tudo estará mais detalhado:
Akira, o irmão mais velho: Fui ao Japão em 1990, no Brasil já treinava Karate e lá treinei com o Mestre Konomoto Takashi, na Província de Shizuoka. Horácio, o irmão mais novo: Foi ao Japão em 1992 e começou a treinar Karate com o Mestre Konomoto Takashi. A partir de então começamos a trilhar juntos "O Caminho". Em 1991 fui Campeão Estadual, em 1995 Horácio se torna faixa preta com apenas 13 anos, estes são alguns dos fatos que serão contados detalhadamente nos próximos posts. Quando retornamos ao Brasil, recebi a autorização de utilizar o nome da Associação do meu Mestre do Japão: "Associação Shizuoka Goju-kan" e que no Brasil se propõe principalmente a formação de seres humanos melhores para a sociedade.
Somos os irmãos Saito, amigos de verdade e parceiros. Nem tudo foi só alegria, existiram também os obstáculos e os sofrimentos, mas quando se quer algo de verdade, tudo se supera, tudo vale a pena!!!!!
Este foi o primeiro post, esperamos vocês aqui semana que vem!!!!!

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