segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Orgulho

A minha rotina de treino e trabalho era bem definida e pouca mudava de uma semana para outra. Era uma rotina cansativa confesso, mas ao mesmo tempo prazerosa. Era bom saber com toda certeza que era aquilo que eu queria para evoluir como ser humano.

No Dojo aprendia com o Sensei Konomoto e com o Sensei Nagatani que utilizar-se como exemplo é e sempre será a melhor forma de ensinar. Neste quesito olhava para o meu brother Horácio e sentia um certo orgulho. Sempre me mantive firme no caminho que havia escolhido e nunca havia deixado aberta a porta da desistência, nem como última opção e esta lição ele estava aprendendo, sem a necessidade de sermões ou discursos, apenas ali, trilhando comigo o caminho árduo do treino da sinceridade, o caminho que lhe mostra quem você é de verdade, sem palavras, sem pensamentos, apenas você.

Com um treinamento constante e duro, mais a vontade de também crescer, os resultados não demoraram a aparecer. Mas os resultados neste caso, tinham pouco a ver com "dom" ou "habilidade", a palavra correta era esforço mesmo.

Nesta mesma época Sensei Konomoto me informa que meu brother iria participar do próximo exame para Shodan-Ho. Isto realmente me deu muito orgulho, claro, ainda precisava passar no exame, provar que era digno de ser um "Kuro Obi" do Honbu Dojo Shizuoka Goju-kan, mas o fato de ser escolhido para prestar o exame já me fazia sentir orgulhoso.

Ser um Saito que um dia ainda na faixa branca sonhava em aprender a lutar como os grandes, depois, no Japão ser o primeiro brasileiro a treinar ali e ter que provar seu valor e ver as coisas acontecendo como estavam, era um motivo ainda maior de querer crescer ainda mais.

Ter o Karate não apenas como um esporte ou um Hobby, mas como filosofia de vida. Não apenas trilhar o Caminho, mas ser o Caminho. Ter o Caminho do Karate dentro de si.
Orgulho de ver mais um Saito trilhando o Caminho e prestes a iniciar a jornada como um Faixa Preta, orgulho, sim muito orgulho......


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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Forte

Crescer vendo meu irmão treinar, sempre se tratou de admiração. E sempre quando cito a palavra admiração, me refiro à admiração pelo resultado final, que se obtém através da soma entre vitórias e derrotas, multiplicadas pela experiência vivida. Algumas vezes tudo ia bem, os resultados estavam ali e tudo era muito fácil de ser admirado, em outras ocasiões porém, as coisas não iam bem, tudo era difícil e os resultados não eram os desejados.
Admirar e querer, se espelhar nos bons resultados de alguém, é um jeito óbvio de admirar, de fácil digestão que não requer muita coisa de quem admira.
Então acredito que para admirar alguém de verdade, é necessário admirar também esta pessoa nos seus piores momentos, admirar a essência da tentativa, da luta e não apenas os resultados.

Lidar com a dor. Por algumas vezes eu vi o meu irmão em má fase. Algumas vezes o trabalho na fábrica era duro e as condições de treino se tornavam horríveis pela própria condição do corpo cansado. Outras vezes, vi o treino ser feito da melhor forma possível e os resultados nos campeonatos não corresponderem. E algumas poucas vezes, lembro do meu irmão lidando com lesões que o impediam de treinar ou de treinar com o seu melhor estado físico. Eu vi as melhores e as piores fases.

Costumava pensar naquela época que ele era de ferro e que tudo que fazia era simples porque ele era forte, da mesma forma que costumava pensar que as dificuldades que eu tinha, ele não tinha, simplesmente porque era assim, forte por natureza. Não, não era.

Aí a verdadeira admiração, de quem sabe que ninguém é forte por natureza. A dor é a mesma para todos e o meu verdadeiro motivo de admiração, é saber disso e ver que a grandeza mora em fazer o que tem de ser feito. O melhor.

Então, a admiração cega daquela época foi se moldando, se tornando uma verdadeira admiração, respeito e acima de tudo uma lição que eu aprendia ali, para lidar com as minhas próprias derrotas e dores ao longo destes anos. Cai de pé, sempre o Budoka, ouvi um dia desses da boca do meu irmão numa das tantas conversas que temos hoje como parceiros de treino e de caminho. Até quando é ruim, eu me torno mais forte. Cai de pé.

Suava, cansava e doía. Com um olhar sempre duro, mas nunca distante, meu irmão dizia sempre, sem precisar abrir a boca que "o que dói em você, também dói em mim".

O que dói em você, dói em mim. Forte é quem sente, mas que vive acima de qualquer dor e este caminho é sobre isso, ser forte, só isso.

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Caminho do Budo

Em todos os momentos, seja durante os treinamentos ou fora deles, estávamos sempre de alguma forma praticando Caminho do Budo. Não de forma metódica ou programada, mas sempre aplicando suas teorias em nossas práticas diárias. Conversávamos muito e em todo momento podíamos citar, ver e comprovar a eficácia de um povo onde a cultura respeita leis e regras. O que era certo e o que era errado era muito bem definido, não restando opções para conveniências onde o meio errado pode se tornar meio certo.
Nesta época, poder mostrar ao meu brother a importância de se seguir tais leis e regras era gratificante, mesmo não tendo a noção naquele instante que no futuro seria tão importante em nossa jornada este tipo de pensamento e conduta.
Como no Japão eu não dirigia, sempre caminhávamos. Íamos a todos os lugares de ônibus, trem e táxi. Isto não era problema algum, já que estávamos em um País do primeiro mundo. Primeiro pela segurança, já que não tínhamos que nos preocupar em andar seja de dia, de noite ou de madrugada, com assaltos, sequestros, ou qualquer outro tipo de violência de terceiro mundo. Segundo porque as autoridades se preocupavam com a população sim e por isso o transporte público funcionava e bem. Sempre me lembro de fatos interessantes como os horários dos ônibus serem pontuais (em qualquer ponto), do motorista falar sempre que virava à direita, esquerda ou que iria frear, de que não havia cobrador e fica à sua inteira responsabilidade e senso de honestidade pagar o valor correto pela viagem. Muitos brasileiros viveram nesta mesma sociedade, uns aprenderam e trouxeram na bagagem esta forma de melhorar a nossa sociedade aqui, outros pelo contrário reclamavam sempre de discriminação e de que no Brasil era diferente e teimavam em manter o que chamamos de "jeitinho brasileiro". Ainda bem que a educação de casa nos fez ser parte do primeiro grupo.
Caminhamos juntos, literalmente, para honrar nosso Mestre, o nome de nossa família e nosso "Caminho".....

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

No lugar certo, pelos lugares certos

Entre um treino aqui e ali, o tempo que eu tinha era gasto da melhor maneira possível. Tirando o tempo que passava na escola, havia o tempo que passava com meus amigos e também aquele, que passava com o meu irmão e os seus amigos.

Mais uma vez, eu era uma espécie de agregado, já que sempre ou quase sempre estive junto do meu irmão, para cima e para baixo.

Entre as lembranças desses amigos, eu lembro constantemente das voltas do Dojo de Sagara aos sábados quase de madrugada, quando passávamos em algum restarante para jantar depois do treino. Do restaurante Chinês "Hong Kong" ao Lamen-ya que chamávamos de porquinho por causa da higiene meio suspeita (que para nós era mais motivo de piada e risos do que preocupação em si).

Das conversas descontraídas, das risadas e até os pratos que comia, lembro de tudo como se fosse hoje. E essas lembranças são tão importantes, porque ali, aqueles lugares, também fizeram parte do meu caminho. Isso quer dizer que nada é feito só de sofrimento e sacrifício, existe sim no caminho os momentos em que pude rir e me divertir, momentos que hoje tem a mesma importância das horas que passei treinando naquela época. Enxergando essa importância, eu enxergo então Karate em tudo. Voltar do treino era sim parte do que tinha sido o treino.

Os treinos com o sensei Kodama, era um tipo de experiência muito diferente, que me tirava de uma rotina de treinos que eu estava acostumado. O estilo do sensei Kodama, era um estilo de Karate de contato, o que trazia para o treino diferenças principalmente na parte de Kumite.

Via meu irmão e o sensei Kodama treinando forte. Em um desses treinos eu vi pela primeira vez alguém quebrara um taco de baseball ao vivo com um chute. Porém o que eu guardo com mais respeito desses treinos, é a vontade que eu sentia naquela época de ser como eles.

Às vezes paro para pensar, vejo que hoje, eu devo estar naquele lugar onde eles estavam, fico feliz e isso me motiva a treinar cada vez mais, porque olhando para o lugar onde eles estão hoje, sei que estou indo para o lugar certo. Enfim, todos os lugares do meu caminho até aqui, soam na minha mente como os lugares mais certos para estar.

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Na companhia de amigos


Graças à Deus sempre tive amigos, não apenas colegas que encontramos de vez em quando, amigos mesmo. Dentro da família e também fora dela, pessoas realmente de valor passaram pela minha vida no período em que vivi no Japão. Destes amigos, tinha também os que não compartilhavam o nosso Dojo, eram os nossos amigos do Karaokê...rsrsrs. Isso mesmo, do karaokê, Kiyoshi, Akira, Fábio, Yukio e o Betinho (este se tornou também nosso amigo dentro do Dojo).
Outro amigo era também do karate, mas não do nosso Dojo. Era o Sensei Kodama Tetsuyoshi que era representante da Shidokan em Shizuoka. Fazíamos muitos intercâmbios e treinamos várias vezes juntos. Correr 10km em volta da fábrica da Honda ou subirmos as escadarias do Templo em Hamakita fazia parte dos nossos treinos físicos constantes.

Isso, acredito que foi muito bom para meu brother Horácio também, afinal de contas ele participava de todos os nossos treinamentos. Poder ver outras formas de treinamento, outros estilos, outras técnicas. Saber que todas elas possuíam suas particularidades e méritos, cada qual com seu objetivo. Não crescer com o pensamento que seu método é único, melhor ou mais eficaz. Existem sim, Senseis que ensinam seriamente, treinos sérios e alunos que levam o treino a sério.

O tempo passou, mas as coisas fortes resistem. A amizade com estes amigos continua. Sei que o Sensei Kodama executa um belíssimo trabalho social junto à comunidade em Hamamatsu e mentemos contato até hoje. E, claro, a amizade com meu irmão se tornou ainda mais forte e nos tornamos parceiros.
Foi uma grande fase de minha vida e acredito que os frutos de hoje são sementes plantadas lá naquela época, há quinze, vinte anos atrás.

Esta foto foi do dia em que fomos treinar no Templo em Hamakita e fizemos um treinamento físico intenso, subimos os degraus da enorme escadaria do Templo ao estilo "canguru" e terminamos o dia fazendo o teste dos mil mawashi-geris.
Foi realmente um grande dia.....

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Discípulos

De Karate-Gi novo, como se ali fosse começar uma nova parte da jornada(de fato era uma nova parte). Ter aquele Karateg-Gi era uma aprovação e dentro do Budo, quando isso acontece, apenas significa que a partir daquele instante, a responsabilidade aumenta. Isso é bom,  pois quer dizer que é uma nova etapa vista com bons olhos pelo sensei, que é uma nova etapa onde o bem mais valioso conquistado se chama confiança. Não a sua confiança, mas a daqueles que te guiam.

A essa altura, o meu irmão não era mais um aluno, era um discípulo. Não, aluno e discípulo não são a mesma coisa. Todos são alunos, poucos são discípulos.  Para ser aluno, basta estar matriculado em algum Dojo e frequentar as aulas. Mas para ser discípulo, é necessário querer ser o que você vê ali, é necessário querer viver as coisas que você aprende ali, no Dojo? Não em todos os cantos da vida. Sucessão da técnica, sim, mas uma sucessão de ideais.

Então, apesar da pouca idade do meu irmão que ainda era jovem, eu via nele um discípulo de Sagara. Pouco a pouco, com meus passos dados no meu poprio caminho que na maioria das vezes era "o mesmo" do meu irmão, eu me tornava cada vez mais disípulo e cada vez menos aluno dele.

Claro que alunos tem o seu papel dentro do Dojo, mas o discípulo tem o seu papel diretamente ligado ao futuro do Dojo (os ideais de um Dojo, o futuro destes ideais, pois se não se trata-se disso, chamaria-se KarateJo e não Dojo) e consequentemente do Karate-Do que aquele ensina.
Nunca nada é mais fácil para niguém, muito menos para quem se coloca na condição de discípulo(sim porque cada um escolhe o que quer), então uma aprovação vinda de cima, sempre vai ser o maior motivo de orgulho, certeza e alegria para aquele se colocou ali como discípulo. Não é uma alegria sentida no ego, mas nos punhos e nos pés que fazem a coisa certa.

Para mim era só o começo, mas para o meu irmão era afirmação. Um começava sua jornada o outro, firmava os passos na estrada.

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ser e Vencer

Por mais que penso em nossa história no Japão, todos os sacrifícios feitos, sempre vejo o quanto foi bom, o quanto me fez crescer com pessoa. Quando cheguei era mais um "garoto" em busca de um sonho. Tinha 19 anos e acreditava que poderia mudar o mundo. A vida me mostrou que às vezes não temos as respostas para tudo, que nos sentimos injustiçados, mas também que temos a chance sim de sermos o que queremos e vencermos, se assim acreditarmos.
Ali estava meu irmão, todo deslumbrado com seu kimono novo, começava ali uma nova etapa para ele, claro que não tinha nada a ver com o "externo" pois quem pratica sabe que o karate-gi não faz o karateka, mas no Honbu Dojo, era de costume o karate-gi de lona ser usado por mérito. E ele merecia. Muitas vezes se quisermos, conseguimos ver estes vislumbres de felicidade, podem ser por qualquer motivo, mas é aquele instante em que a luz interna brilha..... Para muitos isso pode parecer pouco, mas para mim são momentos assim que dão sentido à vida, aos sacrifícios, a tudo que de valor temos e mantemos.

Nosso Dojo era meu segundo lar, lá aprendi os valores do Budo, vi a simplicidade e a humildade e pude estar sob a tutela de um grande Mestre, um grande Sábio. Tive a oportunidade de não apenas trilhar o caminho, mas poder fazer parte dele, aprender a não apenas caminhar, mas "ser" o caminho. E melhor, não estava sozinho, havia conseguido transferir a minha devoção àquela arte para alguém em quem confiava e fazia parte do meu sangue, meu irmão.

Vendo e analisando o que havia vivido até então, podia dizer a mim mesmo que eu era naquele instante o que desejava ser, que havia muito ainda a crescer, aprender e melhorar, mas que tudo já fazia parte do meu ser.
E se perguntasse a mim mesmo na época se havia vencido, provavelmente a resposta seria: Sim, aquela etapa da minha vida eu havia Vencido. "Domou Arigatou Gozaimashita Sensei"

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Trocando de roupa, adeus Fuji Daruma

Chegou a hora. Ter um Kimono de lona no Dojo de Sagara, era uma espécie de sinal de reconhecimento. Como uma espécie de aprovação, que dali em diante você podia sim usar uma "roupa mais bonita" porque era merecido. Não que fosse uma questão de status ou coisa assim, mas simplesmente porque era um Dojo onde a humildade prevalecia e os Karate-Gis de lona, sendo mais caros, seriam considerados um certo desperdício de dinheiro para iniciantes ou coisa assim.

Como já era faixa marrom e cada vez mais o Karate-Do fazendo parte da minha vida, com o recente título estadual de Shizuoka, sim, era hora de dizer adeus ao vellho Fuji Daruma e investir um pouco mais no "traje do caminho".

Num sábado antes do treino, passamos na loja da Kondo-san para encomendar o meu novo Karate-Gi. Já era tradição dos alunos de Sagara, comprar os materiais utilizados no Karate ali, na Kondo Sports. Tradição que claro, também se consolidava pelo fato da loja ser a única da cidade com tais materiais, mas além disso, o fato da Kondo-san ser aluna lá do Dojo colaborava imensamente.

Na loja havia de tudo. Me espeta até hoje até, pois a cidade era pequena, mas a loja tinha desde Bogus de Kendo à modelos mais recentes de luvas de Baseball da Mizuno. Eu adorava estar ali, sempre me enchia os olhos estar ali, naquela lija simples, mas com tanta coisa legal para ver.

De Karate, haviam apenas os materiais baratos da Fuji Daruma e as luvas da Mizuno.
Naquele dia, entramos na loja e fomos direto para o balcão do caixa, no fundo da loja. Meu irmãp pediu para a Kondo-san o catálogo da Tokaido, ela então o pegou de onde costumava guardar outros tantos catálogos de marcas de materiais esportivos. Ali estava, nas mãos do meu irmão a foto do meu primeiro Karate-Gi de gente grande. Tokaido, Kyukyoku (Ultimate).

Da encomenda até  a chegada, deve ter demorado umas duas semanas, que dentro do meu padrão de ansiedade pareciam um ou dois anos. Lembro da cor, da textura e do cheiro como se fosse hoje. E com aquela pequena tradição de Sagara, eu aprendi que o dinheiro não vale nada se o que é comprado com este, não é honrado com a sua capacidade. Ou seja, boas chuteiras não fazem grandes jogadores e roupas bonitas não fazem pessoas bonitas.

Um grande material só ganha a vida necessária, se você for capaz de dar esta vida. Após dar vida a um material simples e exigir o máximo daquele mesmo, era hora de tentar fazer o mesmo com algo de outro nível. Aparentemenre agora, eu estava mais parecido com o meu irmão e os outros senpais do Dojo, mas antes disso foi necessário ser internamente mais parecido com eles.

Adeus Fuji Daruma.

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um lugar chamado Lar

Me lembro de voltar por várias vezes para nossa casa com o gosto amargo da derrota. Lembro de saber que havia perdido e que precisava a partir daquele instante iniciar um enorme trabalho de melhorias. Chegava, via e revia aquelas fitas de vídeo à procura dos erros várias e várias vezes. Mas hoje era diferente. Chegamos e assistimos as fitas, mas para rever e comemorar. O gosto hoje era bom e a sensação de dever cumprido era confortante.
Ver o troféu do meu brother ao lado dos meus na estante metálica era para mim um motivo de orgulho tão grande quanto se eu mesmo o tivesse ganho.
Aquele lugar era onde por muitas vezes choramos juntos, mas hoje era o lugar onde todos compartilhavam da mesma alegria, como se aquela vitória fosse parte de cada de nós, e acho que na verdade era mesmo.
Nossa família posso dizer que era uma família comum, tínhamos nossas diferença, brigávamos de vez em quando, mas uma família unida. Tinha minhas diferenças com meu pai, ouvia muito a minha mãe, e protegia minhas irmãs e meu irmão como tudo que tinha de mais importante na vida. Estar ali era fruto de um pouco da minha história, mas sabia que devia muito de ser quem eu era graças aos meus pais.
Era um momento marcante, daqueles que temos a sensação que será congelado na memória, de que não acabará nunca. Isto, acredito que seja o que muitos chamam e buscam a vida toda, o que seria a verdadeira Felicidade, um momento que passa a ser eterno.
Por aquele instante a vida parou e esquecemos de todos os problemas, estávamos em companhia das pessoas que amávamos, curtindo um momento único.
Aquela era a nossa família, aquele era o meu irmão que então nos proporcionará aquele instante, e mesmo estando tão longe de casa, ali e naquele momento eu podia dizer que aquele era um lugar chamado Lar!!!!!

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